A falta que Neymar faz

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  • Clara Albuquerque

Publicado em 6 de março de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Se você está lendo esse texto, isso significa que sobreviveu ao surto coletivo após a lesão de Neymar. Em ano de Copa do Mundo, algum exagero é compreensível, mas vamos torcer que a loucura tenha voltado para um nível aceitável com a confirmação de que a estrela da seleção brasileira estará recuperada para o Mundial. Não há motivos para perder as estribeiras, mas também não é pra vir com a ideia insana de que a ausência de Neymar pode fazer bem à Seleção.

Claro que Tite precisa ter alternativas e fazer testes sem Neymar. Ele pode ficar suspenso por cartão ou ter uma nova lesão, durante a Copa do Mundo, nunca se sabe, mas é mais importante ter alternativas de jogo com ele em campo. E era exatamente isso que o técnico pretendia fazer nos próximos amistosos no fim de março. Com a proximidade da competição, é preciso moldar a equipe de acordo com certos adversários e também com a fase dos jogadores convocados.

Sem Neymar, a opção mais simples no ataque seria deslocar Coutinho para a esquerda e colocar Willian aberto na direita, mas não vejo tanto sentido em dar prioridade a uma formação que não será a principal durante a Copa. A outra possibilidade me parece mais coerente com o que Tite pretende testar: puxar Coutinho para o meio (na vaga de Renato Augusto, que caiu de produção), manter Willian na direita, Gabriel Jesus ou Firmino como 9, e Douglas Costa, que briga com Taison pela vaga, na esquerda.

Dessa forma, Tite consegue simular uma alternativa mais real com jogadores que passam por ótimo momento na Europa. É o caso de Douglas Costa. O brasileiro chegou na Juventus na janela de transferências do meio do ano passado e teve muita dificuldade para se adaptar ao futebol italiano. Lembro de quando o entrevistei, no início de novembro, e ele disse, mais de uma vez, o quanto estava sendo difícil a adaptação e que, vindo de um clube grande como o Bayern de Munique, não imaginava que fosse ser tão demorada. Douglas sofreu, especialmente, com a parte tática e com o perfeccionismo do técnico Allegri, que fez trabalhos específicos com o jogador.

Hoje, o comandante da Juventus é seu maior defensor e parece ser o líder da campanha por Douglas Costa na Seleção: “Douglas Costa é um jogador extraordinário e acredito que subvalorizado em certos aspectos”, disse após um dos últimos jogos do time de Turim. Na partida em questão, uma vitória por 1x0, de pênalti, o brasileiro não marcou o gol, mas foi o destaque do jogo na imprensa italiana. Uma prova de que realmente evoluiu taticamente e pode ser bastante útil na seleção brasileira, ainda que ninguém seja doido, obviamente, de dizer que ele está no mesmo nível que Neymar ou que tem o mesmo poder de decisão.

Não existe discussão sobre a qualidade e importância de Neymar na Seleção. Não discuto com maluco. Mas é bastante tranquilizante saber que existem opções para imprevistos. Tite não é louco de depender de um homem só. 

Às Claras Nada menos do que 11 brasileiros confirmados ou correndo atrás de uma vaga na lista final de Tite devem entrar em campo hoje e amanhã na Liga dos Campeões. São eles: Daniel Alves, Marquinhos e Thiago Silva (PSG), Marcelo e Casemiro (Real Madrid), Firmino (Liverpool), Ederson, Gabriel Jesus e Danilo (Manchester City), Douglas Costa e Alex Sandro (Juventus).

Clara Albuquerque é jornalista e correspondente na Europa.