Acusada por morte de Cristal vai para presídio e pede perdão: 'Não tive intenção'

As duas envolvidas no latrocínio de estudantes foram encaminhadas para Mata Escura

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  • Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2022 às 18:12

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/TV Aratu

As duas mulheres presas pelo latrocínio que vitimou a adolescente Cristal foram transferidas, nesta terça-feira (9), para o presídio feminino da Mata Escura, em Salvador. Andréia Santos Carvalho, conhecida como Andréia Rasta, e Gilmara Daiam de Sousa Brito, chamada de Mara, estavam na Delegacia de Repressão a Crimes contra Criança e Adolescente (Dercca), em Brotas.

Enquanto deixavam o local, foram flagradas pela TV Aratu. Andréia afirmou que o acontecimento foi uma fatalidade, e que ela não se lembra de nada do que aconteceu no dia do crime.

"Mãe, eu te amo. Eu não lembro de nada não, eu peço perdão, peço perdão. Eu não lembro, foi uma fatalidade. Eu tenho filha e sobrinha, não tinha intenção de fazer isso”, disse na transmissão.

Gilmara afirmou, por sua vez, que a intenção não era matar: "não foi porque a gente quis não", disse.

A mãe de Andréia havia dito, em entrevista à TV Bahia, que a filha agiu sob influência de drogas. "Peço perdão à família de Cristal. Dizer que também estou sofrendo, e que ela (mãe de Cristal) perdoe a minha filha, porque ela é uma pessoa doente, ela é usuária de crack. Tenho certeza que ela fez isso porque ela tinha usado a droga", disse a mulher.

Ela relembrou a internação de Andréia. "A gente internou ela em uma única clínica de recuperação, ela fugiu, ficou internada 15 dias e fugiu. Depois que ela fugiu, tem mais ou menos 15 dias que a gente foi pra rua, eu, a tia dela, a irmã dela, pegar ela pra internar. A gente com o carro da clínica, infelizmente não conseguiu pegar ela, porque ela saiu correndo e entrou no ônibus", acrescentou.

A mãe disse que pensou até em tomar medidas extremas como acorrentar Andréia dentro de casa. "Já pensei até de comprar uma corrente para prender ela dentro de casa, mas chegaram para mim e falaram que eu ia ser presa se alguém me denunciasse". Ela foi às lágrimas falando que crimes do tipo devem continuar acontecendo. "Minha filha tá presa, vai pagar pelo que ela fez, mas o problema não vai acabar, não, porque existem outros usuários de crack pelo mundo".

Crime Cristal foi morta com um tiro no peito durante um assalto no Campo Grande, a poucos metros da sede do Comando Geral da Polícia Militar, quando caminhava para a escola. Outra suspeita de participar do crime, Gilmara Daiam de Sousa Brito, também foi presa.

Moradora do Corredor da Vitória e estudante do Colégio das Mercês, a adolescente estava acompanhada da mãe e da irmã quando foi abordada. Segundo informações iniciais, no meio da ação, uma das suspeitas, que carregava uma pistola calibre 653, colocou a arma no peito da vítima e disparou contra ela antes de fugir.

O crime aconteceu em frente ao Palácio da Aclamação, próximo ao Campo Grande. Cristal não resistiu aos ferimentos e morreu antes mesmo de ser atendida, ainda com o uniforme da escola. A mãe e a irmã de Cristal não ficaram feridas.

Andréia, que chegou a se esconder na cidade de Nova Soure após o crime, confessou ser a responsável pelo tiro. Gilmara também confessou sua participação.