Alisson, o patinho feio que virou cisne

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  • Clara Albuquerque

Publicado em 30 de janeiro de 2018 às 10:17

- Atualizado há um ano

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Há menos de um ano, ele sentava no banco de reservas da Roma e tinha a titularidade na Seleção Brasileira questionada. Hoje, seu desempenho garante que a certeza dos 11 titulares de Tite na Copa do Mundo comece por onde tudo deve começar: pelo número 1.

Quando assumiu a Seleção, em junho de 2006, Tite recebeu uma quantia numerosa de dúvidas para resolver. Entre elas, a da camisa número 1. Titular desde a época de Dunga, quando ainda estava no Internacional, Alisson manteve a posição, mas, na transferência para a Europa, teve que encarar a reserva da Roma. Tite ganhava um patinho questionado no grupo. Durante uma temporada inteira, Alisson foi alvo de interrogação na cabeças dos torcedores brasileiros. O que um goleiro reserva do Campeonato Italiano tem feito para merecer a vaga de titular na Seleção? E, ainda mais importante, por quanto tempo a confiança de Tite resistiria à situação?

Alisson achou melhor não arriscar e, antes do novo ciclo começar, teve a garantia do clube que seria titular. Os jornais italianos balançaram as mãos. Lembro que, no fim da temporada passada, antes da semifinal da Copa da Itália, competição que Alisson tinha a chance de ser titular, diante da Lazio, um dos principais jornais esportivos do país colocou em sua manchete: “Não contem para Alisson que é um clássico”. O texto, em seguida, relembrava o retrospecto ruim do goleiro em Gre-Nais. Se Alisson tinha a confiança de Tite, ainda precisava ganhar a dos italianos.

Em setembro, após a primeira partida da Roma na Liga dos Campeões, um 0x0 diante do Atlético de Madrid, e estreia de Alisson na competição, as manchetes mudaram: “Alisson para tudo”, “Alisson salva a Roma”, “Super Alisson”. O patinho feio começava a virar cisne.

Desde então, o brasileiro, 25 anos, tem sido um dos protagonistas da temporada no “calcio”, ainda que, neste momento, a quinta colocada Roma não passe pela sua melhor fase – são sete jogos sem vitória. Sem dúvida, ele foi um dos maiores responsáveis pela classificação da Roma, em primeiro lugar, num grupo com Chelsea e Atlético de Madrid, para as oitavas de final da Liga dos Campeões. Recentemente, o técnico Di Francesco afirmou que o goleiro foi o jogador que mais o surpreendeu quando ele assumiu a Roma, e Luciano Spalletti, treinador que deixava Alisson no banco, reconheceu: “Eu o penalizei na temporada passada, mas ele merece todos os elogios que está recebendo agora”, disse após enfrentar o goleiro como técnico da Inter.

Com a camisa do Brasil, Alisson sempre teve boas atuações. Na era Tite, foram 13 jogos e somente três gols sofridos. Para garantir a viagem pra Rússia, não faltava nada, mas para assegurar a titularidade, faltava conquistar Roma. Não falta mais. O cisne será titular na Copa do Mundo.

Às Claras  Philippe Coutinho finalmente estreou pelo Barcelona. No primeiro jogo, entrando no segundo tempo, atuou mais pela esquerda, onde fez suas melhores apresentações no Liverpool, e encantou os torcedores. No domingo, titular diante do Alavés, foi posicionado na direita e não foi tão bem. É um problema que Tite também tenta resolver ao escalar o camisa 11 da Seleção. Parece claro, no entanto, que o entendimento com Messi e Suárez será espetacular. Coutinho pode não ser tecnicamente melhor (e certamente é menos midiático) que Neymar, mas, pelas características e personalidade, arrisco dizer que, no Barcelona, ele terá um encaixe ainda melhor.

Clara Albuquerque é jornalista e correspondente internacional na Europa; escreve às terças-feiras.