Antes de matar PM em shopping, bandido presenciou saque em banco no CAB

Quatro criminosos participaram de ação para roubar R$ 4 mil da vítima

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  • Tailane Muniz

Publicado em 29 de novembro de 2017 às 14:15

- Atualizado há um ano

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Subtenente Fortuna havia sacado R$ 4 mil (Reprodução) O subtenente Fabiano Fortuna e Silva, 40 anos, morto em setembro, no estacionamento do Shopping Paralela, em Salvador, foi escolhido por bandidos após efetuar saque na agência do Banco do Brasil que fica localizada no Centro Administrativo da Bahia (CAB) - unidade que costuma ser utilizada por servidores públicos. 

Carlos Eduardo Santos de Araújo, o Dudu, 37 anos, e Marcelo Moura Fernandes, 34, confessaram participação no latrocínio que vitimou o subtenente. A dupla, presa desde outubro, foi apresentada nesta quarta-feira (29), na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

À polícia, eles contaram que escolheram a vítima sem saber, porém, que Forturna era PM. Os presos disseram, em interrogatório, que acompanhavam o subtenente, que havia feito um saque de R$ 4 mil minutos antes. Na apresentação, eles permaneceram calados. 

Conforme o coordenador da Força Tarefa que investiga crimes contra policiais, delegado Odair Carneiro, além de Eduardo e Marcelo, outros dois seguem foragidos. São eles Michel da Silva Nascimento, o autor do disparo, e Luís Eduardo Santos Ribeiro, o Chapão. A informação da polícia é de que ambos são do bairro de Pau da Lima.

Os quatro, de acordo com Odair, compõem uma quadrilha especializada em saidinhas bancárias. "Carlos Eduardo é o chefe deles. É ele quem articula e agencia os demais. Continuaremos na cola até chegar aos outros foragidos e, assim, dar uma resposta à família de Fortuna e à sociedade", contou Odair. Todos já tiveram as prisões preventivas decretadas pela justiça.

Segundo Odair, imagens de câmeras da Secretaria da Segurança Pública instaladas na região do CAB e Paralela auxliaram as investigações para identificar os suspeitos.  Marcelo (à esquerda) e Carlos Eduardo participaram de crime (Foto: Tailane Muniz/CORREIO) Saidinha Conforme o delegado, o subtenente Fortuna havia sacado o dinheiro na agência do Banco do Brasil, por volta de 15h. Marcelo já estava na agência em busca de uma vítima. No estacionamento do banco, Michel e Carlos Eduardo aguardavam o comparsa, em um Corsa branco, de propriedade de Carlos. 

De lá, seguiram Fortuna até o shopping, onde a vítima pretendia fazer um depósito. No meio do caminho, Michel foi para a garupa da moto pilotada por Chapão. 

Já no estacionamento do shopping, eles anunciaram o assalto, segundo Odair Carneiro, sem saber que se tratava de um PM."Foi uma surpresa para eles. Pela reação de Fortuna, perceberam que era um policial. Michel, então, atirou", explicou Odair, sem precisar se o policial reagiu à abordagem.Colega de trabalho de Fabiano, o capitão da Polícia Militar André Padro afirmou que ao ser identificado, um policial tem grandes chances riscos de ser morto: "se desconfiarem que é PM, matam mesmo", disse ao CORREIO na época do crime. 

Os bandidos não conseguiram roubar a quantia em dinheiro e fugiram levando a arma do subtenente - que ainda não foi localizada pela polícia. Após matar o policial, Michel retornou para o carro de Carlos Eduardo, junto com Marcelo. Chapão seguiu sozinho na moto.  Luís Eduardo (à esquerda) e Michel seguem foragidos (Foto: Divulgação/Polícia Civil) Prisões As prisões de Carlos Eduardo Santos de Araújo e Marcelo de Moura Fernandes ocorreram em 23 e 30 de outubro, respectivamente. O tempo até a apresentação à imprensa, conforme o delegado, foi uma medida para preservar as investigações, já que Michel e Chapão seguem foragidos.

Eduardo foi localizado no bairro do IAPI, por policiais da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV). Ele estava a bordo de um Gol branco, placa PKM 2057, utilizado em assaltos. 

Já Marcelo, preso sete dias depois, foi surpreendido por equipes do DHPP, enquando circulava tranquilamente, segundo Odair, pelo Shopping Lapa, no bairro dos Barris.

Ambos, de acordo com a Polícia Civil, têm passagens pela polícia. "Marcelo tinha dois mandados em aberto. Um por latrocínio e outro por roubo. Eduardo já tinha duas passagens por roubo", disse o delegado. Os dois seguem direto para o presídio, onde vão responder por roubo, latrocínio e foramção de quadrilha.