Antes parceiras, BDM e Caveira acirram disputa por ‘bocas‘ de tráfico

Nas cidades de Catu, Madre de Deus, Pojuca, o domínio é da BDM, que tenta se expandir no Subúrbio, Cajazeiras e Brotas

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  • Bruno Wendel

Publicado em 22 de março de 2016 às 06:43

- Atualizado há um ano

Em algumas pichações, a sigla BDM vem acompanhada de ‘Tudo 3’ – um código que surgiu no sistema prisional que faz referência à facção Caveira. No entanto, há cerca de uma semana, a BDM segue sem Perna, líder da Caveira. Agora, a briga pelo controle do tráfico na Bahia ficará mais acirrada.

Nas cidades de Catu, Madre de Deus, Pojuca, o domínio é da BDM, que tenta se expandir em Salvador, nas regiões do Subúrbio, Cajazeiras e Brotas. Já a facção Caveira controla, por exemplo, Paripe, Engenho Velho de Brotas, Nordeste de Amaralina, Santa Cruz, Vale das Pedrinhas, Chapada do Rio Vermelho,  Ogunjá, Tancredo Neves e Engomadeira. O Comando da Paz (CP) ou Escorpião tem expressão maior na Cidade Nova, IAPI, Pero Vaz e  Calabar. Seu líder, Claudio Campanha, encontra-se preso em Catanduva (PR). Já a Katiara, apesar do enfraquecimento devido às ações da polícia e mais de 20 prisões, ainda detém o controle do tráfico em Valéria, Águas Claras e Recôncavo. O comando é de Adilson Souza Lima, o Roceirinho, que está na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS). 

Para secretário, membros de facção buscam proteçãoPara o secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, se afirmar enquanto parte de uma facção é uma forma de buscar proteção e acolhimento.

“Temos visto determinados traficantes se dizerem pertencentes a uma delas (facções), como forma de buscar proteção no mundo do crime. É uma coisa que a gente vê que está passando além da questão criminal para uma questão social, de acolhimento de adolescentes pelos demais”.

Ainda segundo o secretário, o apelo que estes grupos exercem sobre os jovens é o mesmo das antigas gangues de bairro – mas com modernas ferramentas, como as redes sociais. Perguntado sobre a atuação da Bonde do Maluco durante evento de formatura de soldados da PM, Barbosa declarou que não divulga nomes de facções, mas admitiu que o surgimento de novos grupos faz parte da “dinâmica do crime”.

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