Aos 88 anos, morre a socialite Carmen Mayrink Veiga

A socialite morreu em casa, no Rio de Janeiro

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  • Alô Alô Bahia

Publicado em 4 de dezembro de 2017 às 07:03

- Atualizado há 10 meses

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Carmen Mayrink Veiga morreu na tarde deste domingo (3), dormindo, em casa, no Rio de Janeiro. Ao lado de Tony Mayrink Veiga, ela formou, ao longo das décadas douradas, um dos casais mais elegantes, incensados e proclamados da alta-sociedade. Abaixo, um compilado de depoimentos sobre a grande dama da sociedade brasileira, ícone de elegância e bom gosto, como era constantemente referida.

Danuza Leão, em Quase Tudo: “Carmen Mayrink Veiga era a mais bonita de todas; bonita, não: deslumbrante. Alta, morena, cabelos longos, parecia um pouco a atriz Maria Félix e despertava paixões por onde passava. Com um nariz um tanto grande para a época, mais ou menos, à la Barbra Streisand, teve o bom senso de jamais operá-lo. Carmen era de família rica, e sempre soube o que queria da vida: casar com um homem bonito, de boa família, de preferência rico, e que o casamento durasse para sempre. Conseguiu. Queria também ter filhos bonitos, que também se casassem com pessoas bonitas, de boa família, de preferência ricas, e que os casamentos durassem para sempre. Conseguiu; tudo ocorreu exatamente como ela programou, fora algumas tristezas que a vida às vezes apronta; mas faz parte”.

Fabrizio Rollo, no Lord Rollo: “Carmen Mayrink Veiga: A Mulher mais Internacional que o Brasil já teve! Who’s next please? Carmen casou se com brasileiro, não precisou de um homem de fora para conquistar o mundo! Carmen foi a única capa 2x da revista americana super society Town & Country. Carmen alugava castelos pela Europa e oferecia jantares após temporada de caça. Carmen é altiva, instruída, um pouco narcisista bien sur mas faz parte. Carmen foi citada na biografia de Rita Hayworth, uma das mulheres mais lindas do mundo: ” Fiquei paralisada com a beleza exótica e sofisticada que vinha dos Trópicos”, disse a atriz de “Gilda” a personagem que todos os homens sonhavam em possuir. Carmen não seguia a moda! A moda sim a seguia! Carmen era a moda! Fosse black tie, carnaval ou chá da tarde, Carmen destacava se como uma das 10 mulheres mais sofisticadas do mundo por pelo menos 3 décadas! Sim, posso afirmar. Quando morei na Itália, li todas as Vogue Paris, Itália, Bristish… Carmen estava nas páginas do top society em praticamente todas as edições da Vogue Paris! Carmen não foi modelo, isto era pouco. O modelo era Carmen! Se precisasse Carmen sabia fazer forfait, com toda a elegância que brasileira nenhuma conseguia. Carmen foi clicada pelos maiores nomes da fotografia no mundo e pintada por Portinari. Quando a conheci quase vinte anos atrás, em matéria para a Vogue Brasil, ficamos eletrizados magnetizados um pelo outro. Carmen me contou baixinho que seu primeiro namorado foi um Conde chamado Fabrizio! Vieram outros, mas o primeiro não se esquece jamais, acrescentou. Carmen soube ser Carmen. Viva Carmen! A mulher que mostrou ao mundo que o Brasil não exportava só café e samba no pé. Pena que a safra a la Carmen tenha minguado…Quero ver uma brasileira que não casou com gringo ser a próxima Imperatriz do verdadeiro Chic do Brasil”.

Hildegard Angel, em seu blog, na ocasião da morte de Tony Mayrink Veiga: “Ao lado da incomparável Carmen, ele formou, ao longo de décadas douradas, um dos casais mais elegantes, incensados e proclamados de nosso high, chegando ao Olimpo do grand monde internacional, aquele dos sobrenomes mais aristocráticos e inacessíveis, em se tratando de nobreza e em se tratando de negócios.

Frequentaram as páginas das revistas, jornais e colunas mais faiscantes, os flashes foram deles, as primeiras páginas, as primeiras filas, as melhores mesas, os lugares mais destacados. Ao lado de Carmen, Tony recebeu como lorde, foi recebido como rei. Eram convidados frequentes de caçadas em castelos europeus, bailes espetaculares, festas ímpares, ao lado de Patiños, Schlumbergers, Agnelis, Onassis, Niarchos e outros bilionários que fizeram história.

Andou nos melhores carros, voou nos jatos mais potentes, flutuou nas lanchas mais velozes. Com Carmen, frequentou os melhores restaurantes, bebeu os melhores vinhos (ela, pouco, pois praticamente não bebe). O mundo foi deles. E eram lindos, jovens, vigorosos, especiais.

Viveram o melhor que puderam, luxaram muito, se vestiram com extrema elegância. The best of the best. Juntos, souberam exercer com maestria o savoir faire, o savoir vivre, a verve, a sofisticação. Tudo isso com muito dinheiro, e sabendo gastar com requinte todo o dinheiro que tinham”.