Após alegar tiro acidental, jovem que matou ex é hostilizado; veja vídeo

Em depoimento, filho de PM disse ter agido em legítima defesa e contou que vendeu arma na Feira do Rolo após crime em Itapuã

Publicado em 25 de setembro de 2017 às 19:26

- Atualizado há um ano

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Autor do assassinato da estudante Andrezza Victória Santana Paixão, 15 anos, no bairro de Itapuã, em Salvador, Adriel Montenegro dos Santos, 21, se entregou à polícia e prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (25), alegando que o tiro que atingiu a nuca da adolescente foi sem querer.

Filho de um policial militar, ele estava com um mandado de prisão em aberto desde abril, quando o crime ocorreu, e teve a prisão temporária decretada, após ir, espontaneamente, até a sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Pituba, acompanhado de um advogado.

Ao saber que Adriel havia se entregado, parentes e amigos da jovem foram até a sede do DHPP, para pedir justiça pela morte da adolescente. Antes de deixar o local, em um camburão, Adriel foi hostilizado e houve protesto de parentes e amigos de Andrezza, com coro de “assassino”. O CORREIO registrou o momento. Assista.

Tiro acidental e viagens No depoimento à delegada Rosimar Malafaia, coordenadora da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico), Adriel contou que ao sair do banho se deparou com a ex-namorada apontando a arma em sua direção.

Ele disse que tentou pegar o revólver calibre 38, que já estava engatilhado, da mão da estudante, quando houve o disparo. Foragido desde o dia do crime, Adriel, que já tem passagem por porte ilegal de arma de fogo, viajou com caminhoneiros por diversas capitais durante esse período, descarregando caminhões. Para a família, Adriel matou Andrezza por não aceitar fim de relacionamento (Foto: Reprodução) Feira do Rolo Durante as cerca de três horas de depoimento, Adriel informou à delegada que após o crime conseguiu vender a arma na Feira do Rolo, mesmo local onde a adquiriu, pelo valor de R$ 1 mil. 

Apesar de alegar que o tiro foi acidental, o jovem disse que fugiu porque ficou com medo de ser preso. Após prestar depoimento, o jovem seguiu para o Departamento de Polícia Técnica (DPT), onde foi submetido a exame de corpo de delito.

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Segundo a assessoria da Polícia Civil, ele será encaminhado ao Complexo Policial da Baixa do Fiscal, onde ficará à disposição da Justiça até a conclusão do inquérito. Ao final da investigação, será definido se o tiro que matou Andrezza foi acidental ou não e a prisão preventiva de Adriel poderá ser decretada.

Em maio, o rapaz entrou para o Baralho do Crime da Secretaria de Segurança Pública (SSP), como o Cinco de Copas. A ferramenta tem como objetivo ajudar a localizar os criminosos mais procurados do estado, através da divulgação de fotos e informações sobre eles e os crimes cometidos.

O crime As investigações apontam que o crime aconteceu na varanda da casa onde Adriel morava, na Rua do Bispo, em Nova Brasília de Itapuã. Andrezza teria saído da escola por volta das 17h30, acompanhada pelo ex-namorado. A estudante foi baleada na nuca e chegou a ser socorrida pelo pai de Adriel para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde morreu.