Após ataques, Miss Brasil deve denunciar 'racistas da internet'

"Existe uma lei que combate o racismo, e essas pessoas que a desrespeitaram precisam pagar pelo que fizeram"

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  • Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2017 às 12:03

- Atualizado há um ano

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Logo que foi coroada Miss Brasil, a piauiense Monalysa Alcântara se viu alvo de muitos ataques racistas nas redes sociais. A jovem de 18 anos, no entanto, pretende acionar judicialmente os responsáveis pelas mensagens discriminatórias. Em entrevista à Folha de São Paulo, a jovem de 18 anos lembrou os ataques racistas sofridos pela atriz Taís Araújo e pela jornalista Maju Coutinho em 2016. As duas denunciaram o caso e conseguiram identificar os autores das injúrias raciais.

"Estou muito feliz e ainda estou comemorando o resultado do concurso", disse Monalysa, que  venceu a disputa entre outras 26 representantes de Estados brasileiros. "Mas, com certeza vou acionar a Justiça. Existe uma lei que combate o racismo, e essas pessoas que a desrespeitaram precisam pagar pelo que fizeram", disse à Folha.

Monalysa Alcântara é a terceira negra na história do concurso a conquistar o título. No ano passado, Raíssa Santana quebrou um jejum de 30 anos e foi a segunda negra a levar o coroa.

Com 20 mil seguidores nas redes sociais na semana que antecedeu a coroação, a jovem viu seu número de seguidores chegar aos 270 mil essa semana. O problema foi que, além do reconhecimento e do apoio de milhares, vieram também comentários que, de maneira ofensiva, chegaram a questionar o resultado da disputa.

"As pessoas falam do meu estilo e da Raíssa, que venceu o ano passado. Fazem um monte de especulação e comparações, mas não entendem que o resultado do Miss Brasil foi independente de cor ou raça. Ele premiou quem foi considerada a melhor num conjunto."

A eleita disse que apenas mostrou sua personalidade. "Eu estava tranquila, fui eu mesma, e isso pesou bastante. Eu não estava entre as favoritas, então foi uma surpresa o resultado", avalia.

Essa não foi a primeira vez que ela sofreu preconceito por ser mulher, negra e nordestina. "Eu já sofri bullying na adolescência. Mas a cada problema que enfrentei, ganhei mais forças para batalhar, para enfrentar as dificuldades. Acho tudo que já vivi tem me dado suporte para enfrentar os desafios desse momento", contou.