Armando Avena: Lula, Temer e Aécio já foram condenados

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Publicado em 14 de julho de 2017 às 05:01

- Atualizado há um ano

Historicamente, um processo político como o que o Brasil vem atravessando resulta sempre em algo novo na política. E esse novo pode vir para o bem ou para o mal. Na Itália, por exemplo, resultou na eleição de Sílvio Berlusconi, o que, convenhamos, não foi bom para os italianos. O processo político que o Brasil está passando também vai desaguar em algo novo na política, não só porque a classe política tradicional saí enlameada desse processo, mas também porque há um movimento nessa direção em todo o mundo. As eleições de Trump (vade retro!) nos EUA e Macron na Franca, nomes fora do arco político que se tornaram presidentes, e o surgimento de novos partidos, com ideário bem diferente dos partidos tradicionais , demonstram que há em todo o mundo uma busca pelo novo. Os partidos políticos no Brasil ainda não se deram conta disso e continuam propondo que o passado se candidate nas eleições de 2018, apresentando nomes como Lula, Alckmin, Ciro Gomes ou Marina, mas o eleitor brasileiro quer algo novo.O ex-presidente Lula, por exemplo, foi completamente desconstruído pelo processo político e pelas denúncias de corrupção – e será mais ainda em uma campanha eleitoral –, e sua condenação pelo juiz Sérgio Moro apenas corrobora essa constatação. Com seu carisma, ele pode até colocar mais emoção nas eleições de 2018, mas fatalmente perderá, se concorrer. Anunciar sua candidatura serve como estratégia de defesa no processo jurídico, não como estratégia política para seu partido. No PSDB, políticos como Aécio Neves e José Serra são nomes carcomidos por uma forma casuística de fazer política e corroídos por todo tipo de denúncias de corrupção. O PMDB, por outro lado, pensou por um momento que se Temer colocasse a economia nos trilhos, se o Brasil voltasse a crescer e criar empregos, estaria dada a senha para que pudesse se manter no poder. Ledo, engano. O Brasil pode voltar a crescer 7% ao ano e o desemprego cair e, mesmo assim, a popularidade de Temer vai continuar no chão. Não é mais a economia, estúpido! Pelo contrário, a economia está se descolando da política e o que se vê agora, com Temer completamente enlameado pelas denúncias de corrupção, podendo cair a qualquer momento, é o país exigir a continuidade da política econômica, mesmo com outro presidente. A verdade é que Lula, Temer, Aécio et caterva já foram condenados pelo povo e representam o passado. Em 2018, a população brasileira vai escolher o novo e nas pesquisas de opinião, sem alternativas, aposta em nomes como Dória e Bolsonaro (vade retro, satanás!) que aparecem nas primeiras posições. Infelizmente, os partidos políticos ainda não perceberam que os brasileiros estão apostando no novo, em um candidato à presidência que esteja apartado dos grupos tradicionais da política, e, ao invés de estar buscando novos quadros, permanecem investindo no passado, e correndo o risco de serem atropelados pelo futuro.A excrecência dos conselhos profissionaisAgora que o Congresso Nacional acabou com o imposto sindical obrigatório, tornando-o facultativo, é preciso fazer o mesmo com os chamados “Conselhos Profissionais”. Criados como Conselhos de Fiscalização das Atividades Profissionais, esses conselhos, com duas ou três exceções, não fiscalizam nada. São órgãos federais que cobram anuidades caríssimas e prestam poucos serviços aos contribuintes, caracterizando a bitributação, pois cabe ao estado fiscalizar o exercício das profissões. Pior, mesmo quando desempregados esses profissionais liberais precisam continuar pagando ou enfrentar uma monumental burocracia para provar que não estão exercendo a atividade. É uma excrescência típica do Brasil patrimonialista e burocrático. Os trabalhadores brasileiros a partir de agora só pagarão imposto sindical se acharem que o sindicato que os representa está prestando um serviço a categoria e o mesmo de ser feito, imediatamente, com os conselhos profissionais, tornando a anuidade facultativa. O deputado federal que encampar essa luta e acabar com a obrigatoriedade de pagamento de anuidades aos conselhos federais de profissionais vai ter milhões de votos dos profissionais liberais brasileiros.

Bahia: o Comércio voltou a crescer“A estatística é a primeira das ciências inexatas” . Vejam, por exemplo, a queda de 2,1% nas vendas do varejo na Bahia, registrada em maio, em relação ao mês anterior. O número parece dizer que o varejo ainda está em recessão. É uma conclusão equivocada, apesar do número estar correto. Na verdade, o varejo na Bahia está em nítido processo de recuperação das vendas, embora de forma não-homogênea e, por isso, na média utilizada, o resultado em maio foi negativo. 

Mas se ampliarmos a estatística, incluindo as vendas de veículos e de material de construção, num agregado que o IBGE chama de “comércio ampliado”, veremos que, em maio, o varejo cresceu 3,1%. 

Pois é, a estatística não precisa sequer ser torturada para confessar a verdade. Com efeito, alguns setores do comércio baiano já estão bombando. As vendas de Eletrodomésticos, por exemplo, cresceram quase 35% em maio, e no acumulado do ano registraram um incremento positivo de 18,7%. Já as vendas de Tecidos, Vestuário e Calçados aumentaram 6,2% em maio e no ano cresceram 4,5%. No mês de maio quase todos os setores do varejo registraram aumento de vendas. Nas concessionárias, por exemplo, as vendas de veículos cresceram 13,5%, em relação ao mesmo mês do ano passado e no setor de material de construção houve um incremento de 2,8%. Além desses setores, registraram desempenho positivo o ramo de material de escritório, informática e comunicação, com aumento de quase 15%, o setor de móveis, que cresceu 9,9%, e outros. 

Ora, se é assim, porque o número de maio veio negativo? Isso aconteceu porque alguns setores estão puxando a média de vendas do varejo para baixo. O ramo de Hipermercados e Supermercados, por exemplo, registrou queda de quase 13% em maio e de 12,8% nas vendas deste ano. A queda se verifica também no ramo de combustíveis e artigos farmacêuticos, perfumaria e cosméticos. 

Ou seja, alguns setores ainda registram queda nas vendas, mas, na média, o varejo na Bahia já saiu da recessão e, com a inflação e a taxa de juros em queda, já está em pleno processo de crescimento das vendas.A Barra e as ruas do mundoAs cidades turísticas do mundo sempre possuem uma rua de pedestres com restaurantes e quiosques, lojas de grife, artesanato e programação de eventos, para estimular o movimento de pedestres. Em Barcelona, passear em Las Ramblas é, por si só, um programa turístico, assim como bebericar uma copa no Café de La Europe na Graben, em Viena, ou comer um goulasch, na Váci Utca, em Budapeste. Qualquer cidade turística tem uma ou mais ruas de pedestres e o sistema para sua formação é relativamente simples: governo e a prefeitura isentam de todos os impostos as grandes marcas de grife, as pequenas lojas locais, restaurantes, hotéis e empresas de entretenimento se elas se instalarem nessas ruas e viabiliza infraestrutura, com segurança, toldos, serviços e acesso facilitado. Em troca quer lojas de bom nível e funcionamento até mais tarde. Para que essas ruas se viabilizem é preciso criar facilidades para a mobilidade urbana e integração com agências, hotéis e pacotes turísticos. Em Salvador, tanto a Barra quanto o Pelourinho podem ter essas características, mas, curiosamente, em ambos os casos, os comerciantes parecem preferir carros trafegando no local.