As Bahias e a Cozinha Mineira crescem e vencem o desafio do 2º álbum com Bixa

Banda paulista tem vocalistas trans, sendo que Assucena Assucena nasceu em Vitória da Conquista (BA)

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  • Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2017 às 06:00

- Atualizado há um ano

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De Mulher (2015) a Bixa, o novo trabalho, a banda paulista As Bahias e A Cozinha Mineira driblou bem a pressão do segundo álbum com a experiência de quem fez mais de 110 shows pelo país, aumentou o poder musical de composição e buscou a produção dos talentosos Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral (Criolo, Elza Soares). As cantoras trans Assucena Assucena e Raquel Virgínia: banda lança Bixa, produzido por Ganjaman e Marcelo Cabral (Divulgação)  “Mulher era inocente, de uma realidade ingênua e rural. Nunca tínhamos entrado em um estúdio e o disco também refletia uma fase de transição, minha e de Raquel. Bixa é um disco muito urbano e pop”, explica a vocalista Assucena Assucena, 29 anos, nascida em Vitória da Conquista (“A terra de Glauber Rocha e Elomar”, diz alegre e orgulhosa), uma das duas Bahias.

A outra, que também é trans, é a paulistana Raquel Virgínia, 29, que, por ter morado em Salvador (no auge da axé music), ganhou o apelido de Bahia na Faculdade de História da USP, quando conheceu Assucena e o guitarrista Rafael Acerbi, 25, “a Cozinha Mineira”. Todos acabaram jubilados (desligados por terem passado do prazo para terminar o curso), mas a MPB moderna agradece.

Com influências que vão de Gal Costa (musa número 1 da banda) ao pop atual, passando pelos tropicalistas, Clube da Esquina (mais presente no álbum Mulher) e Michael Jackson, As Bahias e a Cozinha Mineira são expoentes de uma geração que apresenta novas narrativas sexuais e busca maior visibilidade para artistas LGBTs, ao lado de Rico Dalasam, Liniker, Johnny Hooker e Pabblo Vittar, por exemplo. O título Bixa é uma homenagem aos 40 anos do álbum Bicho, de Caetano Veloso: capa assinada pelo fotógrafo Gui Paganini (Divulgação) São divas, deusas urbanas, como cantam As Bahias  na disco-funk Dama da Night, um dos pontos altos de Bixa, assim como Mix (entre o reggae e o reggaeton) e Universo, baladona com gosto dos anos 80. Assucena e Rafael concordam, porém, que apesar da necessidade da discussão de igualdade de gêneros na polarizada sociedade brasileira atual, mais importante do que esse aspecto político é a banda ser reconhecida, acima de tudo, pelo seu valor estético, artístico, pela sua qualidade musical. Que assim seja para os talentos dessa geração, pois. 

Confira o lyric video de Dama da Night

Filha do craque Pet, Ana Petkovic estreia com álbum de pop soul Nascida em Madri, criada entre Salvador e o Rio de Janeiro e morando atualmente na Sérvia, a bonita cantora Ana Petkovic, 20 anos, é filha do ex-jogador Petkovic e estreia de modo promissor com o álbum Mais & Mais. Produzido por Max Viana (filho de Djavan) e Línox, o disco - disponível nas plataformas digitais - tem oito canções autorais e mostra Ana a cantar em português, inglês e espanhol (Sueño, parceria com o pai), numa sonoridade pop soul com influências de Amy Winehouse, Adele, blues e MPB. Do pai, Ana herdou também o amor pelo futebol e o Flamengo. Boa garota.

Top 3 - Mais Quentes da Semana

1. Filme - Uma Mulher Fantástica, premiado drama do diretor chileno Sebastián Lelio sobre uma mulher transexual.

2. Single e Vídeo - O caliente Noites Anormais, da cantora baiana  Marcia Castro, com participação especial de Cleo Pires e direção de Thiago Jenné (Cabelo)

3. Show - O cantor americano Devendra Banhart apresenta seu indie folk no Trapiche Adelaide, nessa sexta, 20h.