Assassino da passarela do Iguatemi tinha 10 passagens por roubo

Ednaldo dos Reis Mercês, o Batoré, matou duas pessoas em 48 horas na via de pedestres que liga o Shopping da Bahia à Rodoviária, na região do Iguatemi

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  • Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2017 às 08:00

- Atualizado há um ano

Embora se intitule como "um cara de paz", o vendedor ambulante Ednaldo dos Reis Mercês, o Batoré, 30 anos, assassino confesso de duas pessoas, tem dez passagens pela polícia - todas por furtos e roubos. Conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP), Batoré tem oito registros na 16ª Delegacia (Pituba), além de uma no Grupo Especial de Repressão a Furtos e Roubos em Coletivos e outra na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFRV). Além disso, ele responde agora por duas mortes em 48 horas, na passarela que liga o Shopping da Bahia à Rodoviária, na região do Iguatemi, em Salvador. O vendedor afirmou à imprensa, na manhã desta terça-feira (10), durante coletiva, que uma de suas vítimas costumava roubar na região. Para o titular da 2ª Delegacia de Homicídios (DH), delegado Guilherme Machado, a justificativa do preso não convenceu a polícia."Trata-se de uma pessoa sem nenhum senso de respeito à vida do outro. São crimes brutais, que denotam uma frieza sem limites. Não existe um ladrão querer dar uma de justiceiro da sociedade", comentou. Batoré estava solto, mas, conforme informou Machado, ele foi condenado a quatro anos de prisão, em 2013, por roubo a um ônibus. "Ele respondia, porém, em liberdade", completou. O CORREIO entrou em contato desde terça-feira (10) com o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) mas não obteve retorno até o momento da publicação dessa reportagem. Enquanto confessava o crime, acusado ria ao lembrar das vítimas(Foto: Evandro Veiga/CORREIO)Ednaldo foi preso em flagrante por uma guarnição da 1ª Companhia Independência de Polícia Militar (CIPM/Pernambués), na tarde desta segunda-feira (8), na entrada da Saramandaia. Responsável pela prisão, o comandante da 1ª CIPM, major Sérgio Mercês, disse que o suspeito já havia sido identificado pela polícia. "A população ajudou com denúncias. Já tínhamos a foto dele, intensificamos o plantão e conseguimos executar a prisão", contou. 

Passarela do problemaHá um ano o CORREIO fez uma reportagem que mostrava que, em pouco mais de dois meses,  40 pessoas foram presas suspeitas de roubar no local, segundo dados da 16ª Delegacia. Na ocasião, a investigação indicou que os assaltantes eram, na maioria, homens entre 15 e 25 anos, que usam facas e cacos de vidro para praticar os crimes, sempre em horário de pico – por volta das 8h, 12h e 18h. Mulheres, idosos e adolescentes eram as vítimas mais comuns e o celular o produto mais visado. A titular da unidade, Maria Selma Lima, informou que há sempre uma equipe da polícia disfarçada, de prontidão, em toda aquela região. "Pelo menos uma equipe está sempre ali, se forma velada, investigando esses indivíduos, e a maneira como elas costumam agir", explicou a delegada, acrescentando que Batoré pode ser um dos recorresntes na prática de assaltos na passarela. "Apenas na nossa área, são oito passagens. É um histórico considerável", pontuou.