Ataque no Curuzu deixou oito baleados e três mortos

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), na ocasião, um grupo de cerca de dez homens fortemente armados disparou contra as vítimas que estavam na rua

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  • Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2017 às 19:36

- Atualizado há um ano

Na madrugada após o tradicional desfile do Ilê Aiyê, no bairro da Liberdade, três pessoas foram mortas e outras oito ficaram feridas, neste domingo (25), depois de serem baleadas num ataque na região do Curuzu. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), por volta das 4h40, um grupo de cerca de dez homens fortemente armados disparou contra as vítimas que estavam na rua.Os alvos do grupo eram Alex Sandro Santiago Amorim de Jesus, de 21 anos, Sidnei Santos Nascimento, 25, e Fernando Silva Cerqueira, 30, que não resistiram aos ferimentos e morreram. Fernando tinha passagens pela polícia por furto e roubo. Tanto ele quanto os demais chegaram a ser socorridos para o Hospital Ernesto Simões, no Pau Miúda, mas não sobreviveram.Segundo o delegado Odair Carneiro, da Delegacia de Homicídios Múltiplos (DHM), o ataque aconteceu em dois locais. Primeiro os criminosos, que estavam em dois carros, dispararam contra Alex e Sidnei na Rua do Céu. Em seguida, se dirigiram à Rua Tenente Mário Alves, onde acabaram atingindo mais nove pessoas. No local, foram encontrados estojos de fuzis calibres 556, 12 e pistolas calibre 380, ponto 45 e ponto 40.Ainda segundo a SSP, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) está investigando se o crime tem relação com o tráfico de drogas. As vítimas baleadas e que já receberam alta são Alessandro Batista de Jesus, Cacta Maia da Silva Estrela, Fernanda Cíntia Souza dos Santos e Crislane Letícia de Oliveira Rabelo. Permanecem no Hospital Ernesto Simões, mas sem risco de morte, Sérgio Luiz Santana de Oliveira e Rebeca Abreu Marques dos Santos. Dois pacientes foram para o Hospital do Subúrbio: Wanessa Ribeiro Neri Marques e Jarlene dá Silva e Silva, que serão submetidas cirurgia.

Moradores assustadosEntrada do Curuzu, próximo à Rua Lima e Silva, na Liberdade (Foto: Tailane Muniz/CORREIO)No local, moradores ainda estavam assustados com o crime. "Acordei com o barulho dos tiros. Não sei se tinha muita gente na rua, mas acredito que sim, porque as pessoas ficam até amanhecer nesses dias de festa. Não saí logo para ver, esperei um pouco e, quando olhei pela janela, vi pelo menos três caídos no chão, mas não quis descer", disse um morador ao CORREIO. 

Em mais um dia de trabalho, a comerciante Rosane Cerqueira, 46 anos, comemorou o fato de ter fechado seu estabelecimento poucas horas antes do crime. "Até a hora que eu trabalhei, umas duas da manhã, estava tudo tranquilo", disse. E completou. "Espero que isso não recaia sobre o Ilê Aiyê, porque nada tem a ver. As pessoas se aproveitam desse momento para cometer esses atos", pontuou Rosane, que afirmou que a rua amanheceu com diversas marcas de sangue.

A reportagem esteve no local e acompanhou parte da perícia, realizada por uma equipe do DHPP, sob supervisão do delegado Jamal Amad. Ao CORREIO, Amad informou que não era possível apontar, ainda, autoria e motivação do crime. "Estamos realizando os primeiros levantamentos, qualquer afirmação seria precoce", pontuou. 

Uma jovem visivelmente abalada se aproximou da equipe da Polícia Civil, durante a perícia, e explicou que estava em busca de um parente que estava na rua no momento do atentado. "A última vez que falamos foi de madrugada, mais ou menos no horário do ocorrido. Ele disse que estava aqui na rua mas que já estava indo para casa. Ele não voltou e nós estamos em busca de informações", disse, aos prantos.