Bahia: expectativa de vida aumenta 4 meses, mas é a 11ª mais baixa do país 

Em 2016, esperança de vida ao nascer era de 73,5 anos no estado 

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  • Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2017 às 12:41

- Atualizado há um ano

A expectativa de vida das pessoas nascidas na Bahia cresceu. Dados divulgados nesta sexta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que em 2016, uma pessoa nascida na Bahia tinha a expectativa de viver, em média, até os 73,5 anos (73 anos e 6 meses), perto de 4 meses a mais que aquelas nascidas em 2015, cuja expectativa de vida era 73,2 anos (73 anos e 2 meses).

A esperança de vida ao nascer na Bahia, em 2016 (73,5 anos) era menor que a média nacional (75,8 anos) e por pouco não estava entre as dez mais baixas, mantendo-se em 11º lugar nesse ranking (mesma posição de 2015).

Para os homens baianos, a expectativa de vida ao nascer passou de 68,8 anos (68 anos e 9 meses), em 2015, para 69,0 anos em 2016, um aumento de 3 meses. Já as mulheres baianas nascidas em 2016 tinham a expectativa de viver em média 78,2 anos, quase 10 anos mais que os homens e 4 meses mais que as mulheres nascidas em 2015 (77,9 anos).

Para ambos os sexos a maior esperança de vida ao nascer, em 2016, continuava a ser a de Santa Catarina (79,1 anos), 3,3 anos acima da média nacional. Em seguida, vinham Espírito Santo (78,2), Distrito Federal e São Paulo (com 78,1 cada um). No outro extremo, estavam Maranhão (70,6 anos), Piauí (71,1) e Rondônia (71,3).

Considerando-se apenas a expectativa de vida dos homens, a Bahia (69,0 anos) caía ainda mais no ranking, ficando com a 8ª esperança de vida mais baixa. Já levando em conta só a expectativa de vida das mulheres (78,2 anos), o estado subia de posição, ficando bem mais próximo da média nacional (79,4 anos) e com 17ª expectativa de vida mais baixa (ou 11ª mais alta).

A Bahia se manteve, em 2016, como o segundo estado com maior diferença na esperança de vida ao nascer entre homens e mulheres (9,2 anos), um pouco menor apenas que a verificada em Alagoas (9,5 anos). No país como um todo e em todos os estados, a mortalidade masculina é sempre superior à feminina, entretanto, os maiores diferenciais de mortalidade por sexo refletem níveis mais altos de mortalidade de jovens e adultos jovens por causas violentas, que incidem diretamente nas esperanças de vida ao nascer da população masculina.  

Baianos com 65 anos em 2016, tinham esperança de viver até os 83 Um idoso que tivesse 65 anos na Bahia em 2016 tinha esperança de viver mais, em média, 18 anos, chegando aos 83. Se fosse homem, essa sobrevida caía um pouco (+16,1 anos, chegando aos 81,1 anos), se fosse mulher, era um pouco maior (+19,7 anos, chegando a 84,7 anos ou 84 anos e 8 meses). Aos 71 anos, a dona de casa Selma Magnavita esbanja disposição. Ela, que também é presidente do Movimento das Donas de Casa e Consumidores da Bahia, conta que o segredo é viver bem. "Quando tenho companhia vou ao teatro, à praia, a um barzinho. Às vezes estou só e me sinto muito bem porque não me deixo abater", conta acrescentando que faz ginástica diariamente e procura manter uma alimentação saudável. 

Mesmo andando com dificuldades devido uma cirurgia motivada por circulação, a aposentada Lucília Rodrigues, 72 anos, vive uma velhice bem disposta, não depende de ninguém e circula por toda a cidade. "Vivo bem. Moro só, acordo a hora que eu quero, faço minha comida, lavo minha roupa. Só não trabalho porque ninguém me quer porque estou velha", diz em tom de piada. Ela procura se cuidar indo constantemente ao médico e fazendo fisioterapia. "Mesmo tendo problema de circulação eu saio, quando chego no forró, ainda danço, viajo pro interior", revela, dizendo que seu próximo plano é fazer uma viagem a Itália. 

Para os idosos com 65 anos de idade em 2016, a maior sobrevida era encontrada no Espírito Santo: +20,1 anos no total, sendo +18,2 anos para os homens e +21,8 anos para as mulheres. Em 2016, na Bahia a cada mil crianças nascidas, 17 morreram antes de 1 ano de idade. A taxa de mortalidade infantil na Bahia, em 2016, foi estimada em 17,3 por mil, ou seja, de cada mil crianças nascidas vivas no estado, 17 morreram antes de completar um ano de vida.

Era uma taxa significativamente superior à do Brasil (13,3 por mil) e que praticamente se equivalia à encontrada no país em 2010 (17,2 por mil), isto é seis anos atrás. A mortalidade infantil na Bahia ainda era, em 2016, a 7ª mais alta entre os estados. A menor taxa de mortalidade infantil foi encontrada no Espírito Santo (8,8 mortes para cada mil nascidos vivos), e a maior, no Amapá (23,2 por mil).

A mortalidade das crianças menores de 1 ano, é um importante indicador da condição socioeconômica de uma região. Mesmo estados com taxas baixas para o padrão brasileiro, como Espírito Santo, Santa Catarina e Paraná estão muito longe das encontradas nos países mais desenvolvidos do mundo. Japão e Finlândia, por exemplo, em 2015, tinham taxas de aproximadamente 1,9 por mil. Entre os países que compõem os BRICS, em 2015, a China tinha uma mortalidade infantil de 10,9 por mil nascidos vivos; a Rússia, de 7,7 por mil; a Índia, de 38,1 por mil; e a África do Sul, de 33,5 por mil.