Bahia tem menor número de mulheres no Congresso e 3º em PMs

Na educação, estado ocupa segundo lugar no trabalho feminino

Publicado em 7 de março de 2018 às 12:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

A Bahia é o estado com menor participação feminina no Congresso Nacional. Os dados são do estudo Estatísticas de Gênero: Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira (7), véspera da data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. 

O IBGE destacou que a Bahia tem o menor percentual de mulheres ocupando cadeiras no Congresso Nacional, entre os 25 estados que tinham ao menos uma representante feminina entre deputadas ou senadoras, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2017.

Com uma mulher entre os três senadores - Lídice da Mata (PSB) e outra entre os 39 deputados - Alice Portugal (PCdoB), a Bahia somava dois parlamentares mulheres para um total de 42 cadeiras, o que representava 4,8%. 

Tocantins, com quatro mulheres entre as 11 vagas no Congresso Nacional (36,4%), Roraima e Amapá, cada um com três mulheres para 11 vagas (27,3%), eram os estados com maior participação feminina no Legislativo nacional. Por outro lado, Paraíba e Mato Grosso não tinham nenhuma representante feminina no Legislativo federal.

A participação feminina na bancada baiana no Congresso (4,8%) ficava bem abaixo da média nacional (11,3%). No cenário internacional, o Brasil (com 10,5% de deputadas mulheres) ocupava, em dezembro de 2017, a 152ª posição entre os 190 países que informaram à União Interparlamentar (IPU, na sigla em inglês) o percentual de cadeiras ocupadas por mulheres em suas câmaras baixas (câmaras de deputados). Foi o pior resultado entre os países sul-americanos.

Nas faculdades Se a representatividade feminina é pequena na política, a situação é diferente na edução e na polícia. Em 2016, segundo dados do Ministério da Educação, pouco mais da metade dos professores de ensino superior na Bahia eram mulheres. Elas representavam 50,8% (10.130 em números absolutos) dos 19.925 docentes do ensino superior no estado – o segundo maior percentual do país, abaixo apenas do Piauí (51,4%). 

De farda Segundo a Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (ESTADIC), do IBGE, em 2013, no país, as mulheres representavam 13,4% do efetivo ativo das polícias Militar e Civil – eram 72.843 dos 542.890 policiais dessas corporações. Na Bahia, somando-se os efetivos das duas forças, em 2013, 15,4% eram mulheres (5.658 do total de 36.699 policiais militares e civis), oitavo maior percentual entre os estados. O estado com a menor participação de mulheres no somatório dos efetivos policiais militar e civil era o Rio Grande do Norte (5,1%), e o que tinha a maior participação era o Amapá (23,4%).

Em todos os estados, a participação feminina era menor na Polícia Militar do que na Polícia Civil, mas a Bahia tinha o terceiro maior percentual de mulheres na Polícia Militar: 13,9% ou 4.325 dos 31.039 policiais militares no estado eram mulheres - participação também acima da média nacional (9,8%). Amapá (20,4%) e Roraima (14,6%) lideravam na participação feminina na Polícia Militar, em 2013.

Adolescentes grávidas Um indicador que permite monitorar a proteção das meninas, adolescentes e jovens é a taxa específica de fecundidade das mulheres de 15 a 19 anos. Em 2016, na Bahia, seis em cada 100 adolescentes nessa faixa etária foram mães, o que se traduz numa taxa de fecundidade de 61,1 nascimentos para cada 1.000 mulheres de 15 a 19 anos. 

Embora tenha havido uma redução da fecundidade adolescente em relação a 2011, quando, no estado, quase 7 em cada 100 mulheres de 15 a 19 anos foram mães (taxa de 69,9 nascimentos para cada mil mulheres nessa idade), o indicador na Bahia ainda está acima da média nacional (de 56 nascimentos por mil).

Entre as grandes regiões, Sudeste (45,4 por mil) e Sul (45,6 por mil) tinham as menores taxas de fecundidade adolescente, perto de metade da verificada na região Norte, onde está a maior taxa do país: quase 9 em cada 100 adolescentes foram mães em 2016 (taxa de 85,1 por mil).

Entre os estados, a maior taxa de fecundidade adolescente foi encontrada no Acre (97,8 por mil) e a menor, no Distrito Federal (38,6 por mil). A Bahia tinha a 15ª maior taxa.