Bombeiros voluntários negociaram resgate de cão Juca; veja como pedir ajuda

Tutores celebram reencontro; 85 animais foram resgatados pela Brigada K9 em 2017

Publicado em 3 de janeiro de 2018 às 17:22

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/CORREIO

O resgate do cachorro Juca mobilizou muitas pessoas através da divulgação do roubo do animal, da raça galgo italiano, nas redes sociais e imprensa. Apesar de ter sido roubado na Feira de São Joaquim, em 31 de dezembro, durante compras para a ceia de Ano-Novo, o resgate só iniciou efetivamente após o Primeiro Corpo de Bombeiros Voluntários do Estado da Bahia (Brigada K9) entrar em cena. Todo um trabalho de inteligência foi realizado pela brigada, que foi quem negociou o resgate e foi até a Liberdade atrás de Juca.

Durante o dia desta terça-feira (2), os tutores de Juca, o servidor público Felipe Anjos, 30 anos, e o empresário Raphael Gazotti, 27, realizaram buscas no local do roubo, na Feira de São Joaquim, espalharam cartazes por localidades da Cidade Baixa, foram na Delegacia de Furtos e Roubos e mantiveram contato com a Brigada K9.

A todo o momento, informações eram compartilhadas através de um grupo de WhatsApp feito com amigos e amantes de cachorros. O CORREIO teve acesso ao grupo. Pero Vaz, fila do Ferry Boat, Vila Canária e Jacuípe foram alguns dos locais em que pessoas afirmaram ter avistado Juca. Juca recebe afagos de tutores e bombeiros voluntários da Brigada K9 (Foto: Marina Silva/CORREIO) No final, o cachorrinho foi roubado em São Joaquim e vendido na Estação Ferroviária da Calçada. Quem ficou com ele foi um homem que mora do bairro da Liberdade. Ele ligou para os tutores na noite desta terça (2) e enviou fotos de Juca. Após ser identificado, o comandante do K9, França, foi até o local realizar o resgate do galgo italiano de cinco anos.

A partir daí só alegrias: Juca voltou para casa e para os braços de Felipe e Raphael.“Nós ficamos muito tristes no dia. Tivemos um Réveillon angustiante, sem informações dele. Nossa programação mudou e nos dedicamos à busca nos próximos dois dias", conta.Essa quarta (3) foi dedicada a visitas e agradecimentos: Juca foi ao K9 visitar os bombeiros, depois na Feira de São Joaquim ver os comerciantes que ajudaram na busca e na casa da mãe, a cadela Fiona.

Mas Felipe e Raphael contam que Juca não vai usar guia, não. "Ele vai continuar sem guia. Juca é o cachorro mais feliz do mundo indo para onde ele quer, mas sempre segue os nossos comandos. O que acontece, agora, é que a gente vai ficar mais esperto em locais públicos, e Juca também. Já notamos um receio maior nele na hora de sair de casa. Está atendendo aos nossos comandos com uma rapidez maior", contou Raphael.

Para comemorar a volta de Juca, o “Réveillon do Juca” vai ser realizado nesta quarta (3), às 20h, na Cruz do Pascoal, em Santo Antônio Além do Carmo. Amigos e entusiastas irão se reunir com os tutores para comemorar o retorno de Juca.

Veja a hora do reencontro do animal com os donos.

Autor do crime segue solto O autor do roubo de Juca, que aparece no vídeo, foi identificado pela Brigada K9 e seu nome será passado para a Delegacia de Roubos e Furtos da Calçada. Ele ainda não foi preso. De acordo com o comandante França, além de roubo, ele também poderá ser enquadrado por maus tratos de animais. O homem, conhecido como “Preto”, teria realizado outros roubos na região. Ele estaria vendendo os animais para comprar drogas.

Veja o momento do roubo do animal.

Como pedir ajuda Foi através do trabalho voluntário que 85 animais de pequeno, médio e grande porte foram resgatados durante todo o ano de 2017 pela Brigada K9. A equipe do Primeiro Corpo de Bombeiros Voluntários do Estado da Bahia (Brigada K9) é formada por policiais, médicos e veterinários, dentre outras profissões, e realiza um trabalho de interesse público. 

Para pedir ajuda ao grupo - que também aceita a ajuda de quem quiser se voluntariar -, é necessário entrar em contato através do e-mail [email protected] u pelos telefones (71) 98846-8742 ou 98844-5957 (WhatsApp). No total, a média é de 100 chamados por ano - o grupo foi criado há 14 anos.“Nós não conseguimos resgatar todos por falta de equipamento, infraestrutura. A gente precisa de mais viatura, mais materiais”, disse o comandante França.O grupo, que sobrevive de doações, é subordinado à Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad).

Para doar qualquer valor, os dados são: Banco Bradesco Agência: 3550 Conta Corrente: 027771-1 CNPJ: 09.204.565/0001-65 Favorecido: Instituto de Ensino, Pesquisa, Segurança e Defesa Nacional