Cabula: polícia conclui inquérito e não indicia nenhum dos PMs envolvidos na morte de 12 pessoas

MP denunciou, no dia 18 de maio, os nove PMs pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e tentativa de homicídio

Publicado em 1 de julho de 2015 às 07:18

- Atualizado há um ano

Nenhum dos nove PMs da Rondesp envolvidos na operação que matou 12 pessoas no Cabula, em 6 de fevereiro, foi indiciado pela Polícia Civil no inquérito que apura a ação. Segundo fontes ligadas ao caso, o documento foi entregue pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ao juiz Vilebaldo José de Freitas Pereira, do 1° Juízo da 2ª Vara do Tribunal do Júri.

Procurada, a Polícia Civil negou que o inquérito já tivesse sido entregue à Justiça, embora o prazo final fosse na terça-feira (30). A assessoria informou que o inquérito foi finalizado ontem, mas o delegado-geral Bernardino Brito Filho solicitou ter acesso a ele, antes de que fosse enviado à Justiça.  Comunidade de Vila Moisés, no Cabula, ficou marcada por mortes de 12 suspeitos de assalto a banco durante ação da Polícia Militar em fevereiro (Foto: Evandro Veiga / Arquivo Correio)A assessoria informou ainda que o conteúdo do documento virá à tona em uma coletiva à imprensa. Segundo a Polícia Civil, a demora na conclusão do inquérito deu-se por causa dos laudos periciais, emitidos pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT), principalmente a reconstituição dos fatos, que durou nove horas, no dia 29 de maio.

Logo após a reconstituição, o DPT  informou que há indícios de que as mortes foram resultado de um confronto. A informação foi de encontro à investigação independente do Ministério Público Estadual (MP), que, após procedimento de investigação próprio, denunciou, no dia 18 de maio, os nove PMs pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e tentativa de homicídio.

A denúncia foi baseada nos laudos do próprio DPT, com exceção da reconstituição (que ainda não havia sido realizada), com  informações das investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e da Corregedoria da Polícia Militar, além de depoimentos de testemunhas e dos acusados.

Os promotores Davi Gallo, José Emmanoel Lemos, Cassio Marcelo de Melo e Ramires Tyrone, fizeram os pedidos de prisão preventiva dos envolvidos. Na ocasião, o promotor Davi Gallo disse que a operação foi “execução” motivada por “vingança”.

O promotor afirma que laudos de exame cadavérico descreveram as trajetórias das balas e que as vítimas já estavam rendidas e receberam tiros de cima para baixo a dos policiais militares.

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