Carta aberta ao presidente Marcelo Sant’Ana

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  • Miro Palma

Publicado em 1 de novembro de 2017 às 04:43

- Atualizado há um ano

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Eu não imaginava o caminho que você iria traçar quando se lançou como candidato à presidência do Bahia em 2014. Já sabia da sua paixão pelo time desde os tempos que dividíamos a mesma bancada na redação do jornal. Porém, por mais que apostasse em sua capacidade, ontem, ao ler no Twitter sua confirmação de que não concorreria para o segundo mandato, me peguei admirado com o caminho que você trilhou à frente do tricolor baiano.

Não que eu esperasse o contrário. Apenas não esperava que o cara de quem eu pegava a senha de acesso aos computadores da Rede Bahia emprestada logo que entrei no CORREIO, lá pelos idos de 2008, ou aquele que me acompanhava na folia dos blocos de Carnaval, águas passadas, se tornaria o gestor de futebol que colocaria o Bahia nos trilhos, o comandante que conseguiria a posse do Fazendão e da Cidade Tricolor, o presidente que nos levaria ao acesso em 2016 e a um novo título do Nordeste depois de 15 anos.

E não é que a vida colocou do meu lado o presidente de clube mais jovem das séries A e B do Campeonato Brasileiro?! Aquele que viu o Bahia como um clube grande, como ele verdadeiramente é, e profissionalizou uma instituição que tinha passado por um período de total depredação administrativa.

Sua passagem não foi irretocável. Cometeu erros no futebol, e você sabe disso. Afinal, ninguém é perfeito. Assim como tivemos atritos ao longo de nossa amizade, muito por causa dessa exigência e perfeccionismo que fez muito bem ao Bahia, você também teve suas rusgas com a torcida. Em alguns casos, foi crucificado exageradamente. Em outros, viu até sua segurança ser ameaçada. Uma vergonha para a história do clube.

Mas esse é o ônus de quem aceita uma missão como essa. De quem se coloca na linha de frente do time que é a paixão de mais de 3,4 milhões de torcedores, de acordo com pesquisa do LANCE!/Ibope. Aliás, essa é só uma das partes que compõem esse ônus. A maior delas é, talvez, a que envolve a família. E foi por sua mulher e suas meninas que você tomou a decisão de não estender o seu mandato. Louvável.

O ônus só é grande porque o bônus é maior ainda. O bônus de participar ativamente da história do clube que se idolatra desde pequenininho. De mudar essa história para melhor, de fazer parte dela. Você entrou para um rol seleto. Agora, você carrega um legado que, acredito eu, todos os torcedores esperam que seja levado adiante por quem quer que assuma o seu lugar no ano que vem.

Por tudo isso, meu amigo, siga qualquer que seja o rumo escolhido com a certeza de que a missão foi cumprida. Você levou o Bahia além, muito longe do que você acredita que o time pode chegar, mais adiante. E, por isso, todos os tricolores lhe devem um muito obrigado. Dou início ao coro: obrigado, Marcelo Sant’Ana.