Casarão Solar Amado Bahia é arrematado por R$ 1,5 milhão

Imóvel foi leiloado para pagar dívidas trabalhistas

Publicado em 6 de outubro de 2017 às 11:46

- Atualizado há um ano

O imponente casarão Solar Amado Bahia, localizado na Orla da Ribeira, foi arrematado em leilão por R$ 1,5 milhão. O imóvel foi arrematado na última quarta-feira (4), no Fórum do Comércio.  Casarão foi inaugurado em 1904 para casamento das filhas do comerciante Amado Bahia (Foto: Arquivo CORREIO) O casarão foi avaliado em R$ 3,7 milhões pelo Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5) e é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) desde 1981. 

O pregão, coordenado pelo juiz da Central de Execução Thiago Barbosa Ferraz de Andrade, foi conduzido pela Nordeste Leilões. No evento, foram arrematados 44 lotes penhorados - o casarão era um deles - que movimentaram um total de R$ 1.790.883,60, a fim de liquidação de dívidas em processos trabalhistas. A venda do Solar foi executada em um processo trabalhista contra a Associação dos Empregados do Comércio da Bahia. Os interessados no leilão também tiveram a oportunidade de dar lances online em veículos, maquinários, além de outros bens móveis e imóveis.

Clássico O Solar Amado Bahia foi construído em 1904 pelo comerciante de carne Francisco Amado Bahia. Ele reúne nos seus 52 cômodos elementos de diferentes países europeus numa miscelânea de cores, estilos e formas combinadas num projeto arquitetônico colonial.

A inauguração do Solar, em 8 de dezembro de 1904, foi marcada pela celebração dos casamentos das filhas mais velhas de Amado Bahia - Clara e Julieta. O salão especial também recebeu o então candidato à presidência, Marechal Hermes da Fonseca, e o vice Wenceslau Brás, levados por JJ Seabra para um jantar oferecido pelo comerciante.

O Solar Amado Bahia foi doado à associação em 1949, após a morte do patriarca para que servisse à instalação de um hospital, o Sanatório Amado Bahia, o que não ocorreu. Em 1966, a beneficiária funda a Escola Amado Bahia, desativada após o tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), a partir daí sofrendo depredação e até a ocupação por parte dos militantes do Movimento Sem-Teto.