Caso Arembepe: pai acredita que mulher não matou filho de 4 anos

Corpo de Davi ainda está no IML para identificação da causa da morte

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  • Bruno Wendel

Publicado em 5 de fevereiro de 2018 às 13:15

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Filho e mãe foram achados mortos em Arembepe (Foto: Reprodução) O pai do menino Davi de Santana da Silva, 4 anos, disse que não acredita que a mulher tenha matado o próprio filho. “A outra vez que ela sumiu com Davi, ele tinha seis meses de nascido e ela cuidou bem dele. Amamentou e o protegeu do mato. Ela se cortou toda e ele não teve um arranhão sequer. Acho que ela não o matou, mas só a perícia para dizer”, declarou Damião da Silva ao CORREIO, por telefone na tarde desta segunda-feira (5).  

O corpo de Davi ainda está no Instituto Médico Legal (IML) para realização de exames, inclusive para identificação da causa da morte. O menino estava desaparecido desde a última terça-feira (30) e foi encontrado na manhã deste domingo (4) em um matagal às margens do Rio Capivara, próximo à Aldeia Hippie de Arembepe, município de Camaçari. 

Davi havia sido levado pela mãe, Grazielle de Santana da Silva, 28. A mulher sofria de esquizofrenia e morreu após se jogar na frente de um carro na BA-099, Estrada do Coco, na quinta (1º). O motorista fugiu sem prestar socorro. 

Apesar da declaração do pai de Davi, de que a mãe não seria capaz de matar o menino, a delegada Daniele Monteiro, titular da 26ª Delegacia (Vila de Abrantes), disse que Grazielle confessou a uma moradora de Arembepe que foi responsável pela morte da criança. 

“A mulher disse que perguntou pelo menino e Grazielle respondeu: ’ Os urubus irão mostrar onde está o corpo. Ele já está no céu’. E logo depois ela correu. A mulher disse que tentou até segurá-la, mas não conseguiu”, explicou a delegada. A mulher ouvida pela polícia foi quem abrigou Grazielle e quem a alimentou nas primeiras horas antes de a mãe de Davi se jogar na frente de um carro. 

Além do laudo que apontará a causa da morte do menino, a polícia quer localizar o motorista do veículo que atropelou Grazielle. “Sabemos que a mãe do menino cometeu um suicídio, mas queremos saber porque o motorista não prestou socorro”, disse a delegada, sem dar mais detalhes do caso. 

Parto Não foi a primeira vez que Grazielle sumiu com a criança. Familiares informaram que durante o pós-parto, ela fugiu de casa com Davi nos braços, mas foi localizada pela família. Segundo o coordenador da Defesa Civil de Camaçari, Ivanaldo Soares, quando o bebê tinha cinco dias de nascido ela fugiu para o mesmo local onde o corpo do filho foi encontrado. 

Grazielle já teria tido três ou quatro surtos psiquiátricos na vida, mas familiares relataram que ela era amorosa e cuidadosa com o filho. 

O Departamento de Polícia Técnica (DPT) informou que o corpo de Davi estava passando por procedimentos cadavéricos na tarde deste segunda-feira, e segue no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR), no bairro dos Barris.