Catalunha, menos factoides

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  • Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2017 às 09:23

- Atualizado há um ano

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A Catalunha jamais foi independente e a Constituição Espanhola foi aprovada com 74% dos votos na região.

Em 1º de outubro, um referendo inconstitucional, declarado ilegal e suspenso pelo Tribunal Constitucional da Espanha em setembro de 2017 e pelo Parlamento Espanhol por ampla maioria, foi realizado ao arrepio da lei pelos independentistas da Catalunha. Liderados pela  Catalunha Unidade Popular ( CUP), partido antissistema, anti-Europa, antieuro, antissociedade ocidental, o mais radical da Europa, que com apenas 8% dos votos na última eleição catalã definiu o nome e o rumo do presidente da Catalunha. Isso porque seus votos eram necessários para que a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) e o  Partido Democrático da Catalunha (PDCAT) formassem maioria.

Foi votado em 1º de outubro por apenas 36% a favor, segundo suas próprias contagens eleitorais, com urnas colocadas na residência de líderes independentistas, censo eleitoral desconhecido até a hora da votação e de origem desconhecida até hoje, inexistindo cadeia de custódia das urnas. Votaram 2.262.424 eleitores, em 10 horas, em 1.969 urnas, o que indica 31,3 segundos por ciclo de identificação, registro e voto, velocidade média enorme e estranha, e sobretudo se levamos em consideração que, segundo os independentistas no município de Palol de Revardit, de 400 eleitores, em 10 horas, votaram 1.002 eleitores.

Para mudar leis importantes, em qualquer democracia, sempre se exige quorum mínimo de 2/3 ou 3/5. Com 1/3 dos votos não se modifica nem convenção de condomínio, no Brasil ou na Espanha. Com apenas perto de 1/3 dos votos, aprovar uma lei maior, uma Declaração Unilateral de Independência (DUI), ilegal e inconstitucional, tem sentido, ou de fato o que deseja a CUP é acabar com o sistema democrático, romper com a Europa e com o euro, num devaneio em direção ao abismo e à radicalidade?

Aos demais, ERC e PDCAT, move principalmente não pagar o que devem à Espanha, 52,5 bilhões de euros, e não ser solidários com as regiões mais pobres da Espanha, como Extremadura. Ao PDCAT e seus deputados move também criar uma “Justiça Catalã” que os livre das ações da Justiça Espanhola que já os puniu, pune e obriga a devolver os 3% de comissões “caixa 2” sobre as obras e contratos firmados por décadas, durante suas ininterruptas presidências no Governo Catalão.

Catalunha, País Basco, Madri e Baleares têm PIB per capita maior que 120% da média europeia. Se a Catalunha sair da Espanha, o efeito dominó afastará os outros três. Quem ficará para ajudar as mais pobres regiões da Espanha? A solidariedade entre as regiões é item básico para um país equilibrado e próspero.

O estado de São Paulo, em 1932, também não queria ser solidário com o Norte Nordeste. Perdeu, como perderão agora esse 1/3 de catalães insolidários. Respeitar a Constituição e as leis é fundamental para uma democracia.A que lugar nos levaria a falta de solidariedade interregional e o desrespeito às leis?

Victor Ventin, ex-presidente da FIEB