Centros de Convenções

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  • Nelson Cadena

Publicado em 27 de outubro de 2017 às 07:00

- Atualizado há um ano

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A boa e alvissareira notícia da semana foi o anúncio pela Prefeitura do Salvador da construção de um centro de convenções no antigo Aeroclube (tomara que ao iniciarem as escavações arranquem a caveira de burro ali enterrada, sabe-se lá quando) de forma que se na semana passada não tínhamos nenhum Centro, agora temos um e se o Governo do Estado confirmar para breve, como já dito, a construção de um outro equipamento no Parque de Exposições, logo teremos dois centros de convenções. É hora de soltar foguetes!

Não é apenas uma boa notícia para o trade turístico e de eventos, mas, para a cidade que hoje se vê privada (os motivos sabemos de sobra) e continuará por mais um tempo, do turismo de negócios com todos os seus benefícios agregados para quem mora nesta, as vezes irreconhecível, Soterópolis. A escolha do Aeroclube não poderia ter sido melhor, dispõe já da infraestrutura de hotelaria e de serviços que foi erguida no entorno do finado Centro de Convenções, além de ser estratégico do ponto de vista da mobilidade.

As redes sociais com seus maus bofes, característicos da irascibilidade que toma conta dos usuários, já preveem cataclismos para o novo Centro de Convenções creditando ao salitre todos os males; ele corroerá silenciosamente e com ânimo devastador cada material de construção e revestimento utilizado. Breve, as mesmas redes sociais terão milhões de argumentos para desaconselhar o Centro de Convenções que o Governo do Estado pretende anunciar no Parque de Exposições. O povo diz o que sente, desabafa, e isso é bom, mas, o poder público faz o que precisa ser feito.

O salitre só é problema na Bahia. Quando convêm. Em outras cidades do mundo foram construídos centros de eventos à beira-mar e uma em especial, Cartagena, o construiu quase mar adentro, se permitido fosse dava para abrir a janela e pular para um mergulho. Se o salitre fosse esse monstro todo Salvador não poderia ter edificações na orla: casas, edifícios, hotéis e restaurantes e tudo mais, viadutos inclusive. O finado Centro de Convenções não caiu por causa do salitre, caiu por total abandono do poder público, foi uma morte anunciada pela mídia durante anos; ninguém esperava que fosse, nem precisava ser de forma tão espetaculosa.

Os engenheiros sabem que o mar não é empecilho para construção nenhuma, por mais elevados que sejam os índices de concentração de sal (vocês já repararam como nós, baianos, nos tornamos especialistas em salitre, já podemos dar aula), se assim fosse não se construíam pontes mar adentro. Quem mora perto da praia, muita gente aqui na cidade, desenvolveu técnicas simplórias para minimizar os efeitos do sal sobre vidros, móveis, retratos, equipamentos eletrônicos, bocais e ninguém morreu por isso. Á fórmula é simples: prevenção e manutenção. O que não tem manutenção cai, em qualquer circunstância, até o corpo da gente.

O centro de convenções a ser construído pelo Governo do Estado no Parque de Exposições não sofrerá, pelo menos, a maledicência do salitre, mas, as línguas viperinas já se afiam para elencar os argumentos contra. Um deles, já ouvi, é a precária rede hoteleira de apoio. Precária? Nem tanto, que já temos os dois hotéis do Hangar, em frente, o Intercity do Aero e o Mais Hotel; os Catussaba. o Deville, o Stella Maris e outros. Dois centros de convenções na cidade pode ser uma questão política, como parece, mas, que seja. Ganha Salvador que continua a ser, com todas as suas mazelas, um destino turístico desejado. Com dois equipamentos a captação de eventos não será um problema e sim uma questão de competência. Centro de Convenções? nomezinho feio, esse, e antiquado, não diz o que é. É hora de mudar também.