Cerimônia militar comemora Dia da Bandeira na Barra

No céu da Barra, flâmula passeava e lembrava aos frequentadores da orla do significado do 19 de novembro

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  • Carol Aquino

Publicado em 19 de novembro de 2017 às 17:25

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Por volta do meio-dia do domingo (19), tiros ecoavam no mar da Barra. Não eram sinal de violência, mas sim de comemoração. Um navio da Marinha Brasileira dava uma salva de tiros em homenagem ao Dia da Bandeira.  A tradicional cerimônia de hasteamento, que acontece diariamente às 8h da manhã na Marinha, desta vez ganhou área de pompa em homenagem a um dos mais conhecidos símbolos nacionais.  

Pela primeira vez nos últimos anos, a cerimônia da Marinha aconteceu no Farol da Barra, que também abriga o Museu Náutico da Bahia. A ideia de transferir a celebração do Comércio para este lugar icônico, na entrada da Baía de Todos os Santos, foi ideia do novo comandante do 2º Distrito Naval, vice-almirante Almir Garnier Santos.

“A gente quis aproveitar este lugar, esta vista”, disse o vice-almirante. Além do hasteamento e da leitura de uma mensagem do chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Ilques Barbosa Júnior, houve a queima de bandeiras inservíveis, a execução do Hino Nacional e do Hino à Bandeira pela Banda do Grupamento de Fuzileiros Navais de Salvador, tradicionais da cerimônia.

Outra tradição que se consolidou no 2º Distrito Naval foi a doação de Bandeiras Nacionais às escolas convidadas para participar da solenidade. Este ano foram o Colégio São Bento e a Casa Pia e o Colégio dos Órfãos de São Joaquim.  “A Marinha do Brasil busca contribuir com a formação patriótica do nosso povo e acho que através dos estudantes é um bom momento para fazer isso”, falou o vice-almirante Garnier.

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Sol Outra novidade na cerimônia foi o vôo da bandeira em um helicóptero. No céu azul brilhante da Barra, a flâmula passeava e lembrava aos frequentadores da orla do significado do 19 de novembro.  A turista carioca Cristiane Santos, 45, entendeu na hora o que significava a cena.

“Muita gente não sabe que dia é hoje. Sei porque tenho filhos e tenho que saber as datas comemorativas por causa da escola”, disse. Já os amigos Ericles Fernandes e Laís Oliveira, 20, viram a bandeira e acharam a cena inusitada. “Hoje é dia de alguma coisa?”, perguntaram.

O vice-almirante reconhece que as pessoas não têm uma lembrança tão forte das datas cívicas e lamenta. A iniciativa de colocar uma bandeira voando pelo céu da Barra foi justamente uma tentativa de fazer com que as pessoas se lembrem do Dia da Bandeira. “Ser patriota não é um trato militar, é um trato brasileiro”, comentou.

Mouraria Longe do mar da Barra, a 6ª Região Militar do Exército Brasileiro, também fez sua cerimônia do Dia da Bandeira, desta vez em frente no Quartel-General, na Mouraria, num ato aberto ao público. De acordo com a lei que regulamenta os Símbolos Nacionais, a bandeira foi hasteada pontualmente ao meio-dia. Em seguida, assim como acontecia na Barra, as Bandeiras Inservíveis foram incineradas. 

A incineração das bandeiras desgastadas é uma atividade permitida exclusivamente para instituições das Forças Armadas.

Orgulho Nacional A Bandeira Nacional, nos moldes que temos hoje, foi adotada em 19 de novembro de 1889 e atualizada em 1992. Foi alterada somente a quantidade de estrelas, que representam os estados brasileiros, passando de 21 para 27.

Criada após a proclamação da República, foi concebida por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, com desenho de Décio Vilares. A posição das estrelas reproduz o aspecto do céu no fatídico dia 15 de novembro de 1889.

As cores verde e amarelo foram “herdadas” da Bandeira do Império. O verde representava a Casa de Bragança de Pedro I, primeiro imperador do Brasil, enquanto o ouro representava a Casa de Habsburgo da imperatriz Leopoldina.