China bloqueia WhatsApp antes de congresso do Partido Comunista

O WhatsApp, que criptografa suas mensagens e dificulta a monitoração por terceiros, é utilizado por dissidentes e ativistas para evitar os aplicativos chineses que passam informação ao regime

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Publicado em 26 de setembro de 2017 às 09:40

- Atualizado há um ano

Os usuários do popular aplicativo WhatsApp na China sofreram problemas de acesso nos últimos dias, no que parece ser uma nova medida para aumentar a censura, antes da realização do congresso do Partido Comunista. Desde a semana passada, os servidores do WhatsApp na China detectaram bloqueios intermitentes no aplicativo e nos últimos dois dias o bloqueio pareça permanente, segundo pôde comprovar uma reportagem da agência EFE.

O WhatsApp, que criptografa suas mensagens e dificulta a monitoração por terceiros, é utilizado por dissidentes e ativistas para evitar os aplicativos chineses que passam informação ao regime e compartilham informação de maneira segura. A suspeita é de que o endurecimento da censura acontece por conta da proximidade do XIX Congresso do Partido Comunista, que começa no próximo dia 18 de outubro, quando há a expectativa de mudança na cúpula do regime, mesmo que o presidente Xi Jinping siga no comando.

Em julho, os usuários do aplicativo já tiveram problemas na hora de enviar fotos e vídeos aos seus contatos, que alguns meios de comunicação locais atribuíram a uma estratégia do governo para prejudicar a WhatsApp, favorecendo seu rival local, o aplicativo WeChat, que colabora com a censura do país apagando mensagens ou contas inteiras com material politico considerado "sensível".

A Administração do Ciberespaço da China anunciou diferentes normas para endurecer o controle na internet e, a partir do próximo mês, vai verificar as identidades reais de usuários, além de aumentar o controle sobre o conteúdo de comentários postados em redes sociais. 

Com informações da Agência Brasil.