Clima extremo aumentará mesmo que se cumpra acordo de Paris, diz estudo

Para os autores do estudo, as consequências  das mudanças climáticas já são evidentes

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  • Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 11:16

- Atualizado há um ano

. Crédito: (foto: Gerard Julein / AFP Photo)

O risco de condições climáticas extremas, como ondas de calor, inundações e secas, aumentará significativamente, inclusive se os compromissos do acordo climático de Paris de 2015 forem cumpridos, alertou hoje (14/2) um estudo piblicado na revista Science Advances. O trabalho analisa a probabilidade de episódios de calor, períodos de estiagem (seca) e de excesso de chuvas nos próximos anos, fenômenos que são agravados pelo aquecimento global e pelo aumento do nível do mar.

Para os autores do estudo, as consequências  das mudanças climáticas já são evidentes. O ano de 2017 registrou um novo recorde para as perdas econômicas geradas por furacões, incêndios, inundações, secas e outros eventos extremos: 306 bilhões de dólares. “Estes custos crescentes são um dos muitos sinais de que não estamos preparados para o clima atual, e muito menos para outro grau de aquecimento global”, disse o autor principal do estudo, Noah Diffenbaugh, pesquisador do Instituto de Meio Ambiente de Stanford Woods.

Está previsto que os compromissos individuais de mais de 190 países sob o acordo de Paris limitarão o aquecimento do planeta a entre 2 e 3 graus Celsius. Mas é “provável” que esse nível de aquecimento “leve a aumentos substanciais e generalizados na probabilidade de eventos extremos sem precedentes na história”, diz o estudo dirigido por pesquisadores das universidades de Stanford, Columbia e Dartmouth College.

Com os compromissos atuais, as ondas de calor são mais de cinco vezes mais prováveis em metade da Europa e um quarto da Ásia. As fortes chuvas são três vezes mais prováveis em mais de um terço da América do Norte, Europa e Ásia oriental.

O acordo de Paris aspira a mudanças mais profundas, que reduziriam o aquecimento a 1,5 °C. Esse cenário limitaria mas não eliminaria o risco de condições climáticas extremas, segundo o relatório.

Diffenbaugh esclareceu que cumprir os objetivos “aspiracionais” faria a diferença. “Ao mesmo tempo, inclusive, se esses objetivos forem alcançados, ainda viveremos em um clima que tem uma probabilidade substancialmente maior de eventos sem precedentes que o que temos agora”, disse.

Com informações da AFP.