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Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2018 às 09:12
- Atualizado há um ano
[Tire as crianças da sala, caro leitor: lá vem bomba de efeito moral! Ando surfando no quiabo para descer a Ladeira do Pepino, quase 90 graus de inclinação, ao lado do Dique do Tororó, nesta seterópolis. Arre, égua!]
Os 10 mandamentos juramentados nas tábuas da lei de Moisés, com a intenção expressa de formatar a sociedade no ‘caminho do bem’, foi retumbante ‘case’ de fracasso. Se outras normas de controle social + draconianas e + terrenas não fossem criadas no decorrer da história (des)humana, o último bicho-homem da face da terra sido morto por estupro no máximo no século 17 – e teria sobrado eu, o estuprador, ai de mim, para narrar esta nossa estrepitosa saga rumo ao nada – e dia seguinte teria me envenenado com cicuta dissolvida em suco de caju.
A viabilização da raça humana foi grande cagada. José Saramago, no seminal romance Caim, subverte os cânones bíblicos do velho testamento e demonstra por a + b: o homem não deveria existir. O deus-autor saracoteia com o episódio da arca de Noé – e xeque-mate: não permite que sobrevivamos para assistir à nossa ruína. Ah, se os dez mandamentos nos tivessem regido eu não estaria aqui escrevendo nulidades, tu não estarias aí lendo nulidades – e estaríamos imersos no mais profundo dos breus. A sinfonia do silêncio passearia bêbada, tocando para ninguém, nos buracos negros e nas galáxias anos-luz além – se é que existiriam sinfonias dos silêncios, buracos negros e galáxias anos-luz além.
Não foi assim, folks! Sobrevivemos a fórceps esculpidos por rígidas e pétreas normas sociais que tentaram – e tentam – controlar a nossa loucura e a nossa perversão atávicas – sim, leitor, somos loucos-perversos, é nosso status quo básico. A sanidade é aberração, intrusão, ilusão. [A formatação de magnanimidade que procura legitimar o ser humano como criatura em pleno domínio de nossas (des)razões vale tanto quanto nota de 3 dólares].
Somos acróbatas na raça, dançando na corda bamba – mas, detalhe: não há corda bamba sobre nossos pés. Muito menos rede protetora que nos amorteça a queda. Há boas pessoas. Há más pessoas. Há diabólicas pessoas. Há bodes pretos nas esquinas dos palácios. Mas que importa? Formamos bolha gosmenta na qual Donald Trump et caterva dão o tão do armagedão. [Desliga essa vitrola, maestro, se é que me ouves, se é que existes! Por que não me respondes? – apud Castro Alves].
Perdão, leitor, pelo tom acérrimo da COLUNA VERTEBRAL deste domingo, mas tá foda. Tá, numtá?
[PS1: Prometo, juro pela luz que me alumia – alumia? – que na próxima COLUNA VERTEBRAL voltarei a tomar as doses normais do meu ansiolítico de cabeceira e retomarei o tom edificante (kkkk) de minha escrita]. [Au revoir, lecteurs!]
[PS2: A vida é um búraco – assim mesmo, proparoxitonada –, o meu pai me cochichava na infância. Ele, querido, me escancarava os olhos a respeito de como caminhava, e caminha, a (des)humanidade. Obrigado, painho!].