Com pouca chuva, três cidades baianas 'entram' para o semiárido

Cotegipe, Mansidão e Wanderley, no Oeste baiano, estão entre 57 municípios brasileiros que mudaram de status

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  • Raquel Saraiva

Publicado em 13 de setembro de 2017 às 19:20

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arquivo CORREIO

A nova delimitação da região semiárida do Brasil foi formalizada nesta quarta-feira (13), no Diário Oficial da União (DOU), e inclui três cidades baianas: Cotegipe, Mansidão e Wanderley, no Oeste do estado. Pelos novos critérios estabelecidos, as cidades se juntam a outros 51 municípios brasileiros incluídos área climática caracterizada pela baixa umidade e pouco volume pluviométrico. Os municípios, que são vizinhos, ficam a cerca de 800 km de Salvador. As prefeituras foram procuradas pelo CORREIO, mas não se manifestaram.

A nova configuração foi votada em 27 de julho em reunião do Conselho Deliberativo (Condel) da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Os critérios de delimitação são revisados a cada 10 anos. Na classificação mundial do clima, o semiárido é aquele que apresenta precipitação de chuvas média entre 200 mm e 400 mm.

Os municípios incorporados à região semiárida têm prioridade no recebimento de incentivos fiscais do governo federal em frentes de estímulo ao desenvolvimento regional. Dentre elas, o acesso a investimentos para geração de emprego e renda, além de apoio em ações de combate à seca. De acordo com o Ministério da Integração Nacional, o semiárido concentra 50% dos mil piores IDHs do Brasil, apesar de reunir apenas 21% dos municípios do país.

De acordo com Frederico Costa, coordenador geral de Estudos e Pesquisas, Avaliação, Tecnologia e Inovação da Sudene, o número total de municípios seria reduzido se fossem avaliados apenas os dados científicos e técnicos relacionados a índices pluviométricos e de aridez e o percentual diário de déficit hídrico, mas como praticamente não houve melhora na situação das cidades, os votantes decidiram pela inclusão das cidades no rol do semiárido. “Os dados estão defasados e, além disso, atualmente a região vive a pior seca dos últimos anos. A decisão foi política”, explica. Assim, além da manutenção da formação vigente, houve a inclusão dos três municípios baianos, 15 cidades do Ceará e mais 36 do Piauí.