Como pedir um aumento: profissional deve provar ao chefe a contribuição que dá à empresa

O importante é que o profissional “vá direto ao ponto, sem medo”, afirma especialista

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  • Maryanna Nascimento

Publicado em 6 de fevereiro de 2017 às 07:40

- Atualizado há um ano

O ano inicia: filhos entram na escola, a fatura do cartão chega com os gastos das férias e a parcela do carro novo está prestes a vencer. As dívidas são maiores, mas o salário continua o mesmo. Nessas horas, muitos pensam em pedir um aumento de salário. Mas como saber se esse é o momento certo, ainda mais neste cenário de crise?

Edneide Lima, gerente de desenvolvimento de carreiras do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), tem a resposta: “Tudo é questão de bom senso”. Para ela, é preciso avaliar a situação da empresa e se o funcionário que quer o aumento “está contribuindo para que as coisas estejam de vento em popa”. Se a companhia passa por um momento de crise, é importante chegar no chefe com cautela, ou pode ficar a impressão de que o colaborador “não se está atento ao momento e que não se interessa pela lógica da empresa”, diz.

O importante é que o profissional “vá direto ao ponto, sem medo”, afirma Cezar Almeida, presidente da  Associação Brasileira de Recursos Humanos na Bahia (ABRH-BA). Para Almeida, o ideal é que o profissional converse diretamente com o seu chefe imediato. “Deve ser uma conversa a sós e sem interrupção, afinal é um assunto relevante”. É bom lembrar que o motivo deve ser justificado e que não vale usar o argumento de que se está sem dinheiro. “(O empregado) Tem que mostrar que agrega valor (à empresa)”, diz. 

AutoanalísePara apresentar uma boa razão, o empregado precisa se autoanalisar antes de encarar o chefe. “É preciso avaliar de forma trasparente e honesta se ele faz jus para receber aumento e outros benefícios”, fala Simone Santana, gestora da Ânima Desenvolvimento Empresarial. O problema, no fim das contas, não é a solicitação, e sim a capacidade de autoavaliação. Almeida lembra que ninguém é demitido por pedir aumento. “Essa é apenas uma conversa madura, embasada em argumentos”, afirma. Para o presidente da ABRH-BA, é conveniente que o trabalhador apresente uma proposta para o empregador, sinalizando, inclusive, qual o percentual do aumento.

Outra dica, o mundo não acaba se a resposta do chefe for um ‘não’. Aproveite a oportunidade de estar “cara a cara” com o superior para pedir um retorno sobre seu desempenho. “Esse é o momento certo de pedir um ‘feedback’ para saber em que melhorar. Essa resiliência de compreender o ‘não’ vai mostrar maturidade”, assegura Almeida. 

Ter maturidade é a receita para não transformar a conversa em um monstro de sete cabeças. “Não se deve ficar chateado nem chutar o balde”, completa Almeida, que recomenda ainda que o profissional seja cortês, agradeça a atenção e peça que o caso seja reanalisado em um momento oportuno. Isso porque o comportamento após a negação do aumento é decisivo para que o caso seja revisto.