Cordel do Fogo Encantado traz turnê de retorno a Salvador em abril

Show acontece no dia 21, na Concha Acústica; grupo também lança disco próximo mês

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  • Da Redação

Publicado em 11 de março de 2018 às 05:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Tiago Calazans

Estava nos planos. Se um dia o Cordel do Fogo Encantado voltasse a se reunir, não deixaria de passar por Salvador, precisamente, pela Concha Acústica. “Temos uma relação forte com a cidade, apresentamos aí todos os espetáculos que criamos, até os que não eram os dos nossos discos”, lembra Lirinha, vocalista do grupo cênico-musical surgido no sertão pernambucano em 1997 e que chegou ao fim em 2010. “Salvador fazia parte da saudade que veio com o término da banda”, conclui.  Por isso, a cidade foi uma das primeiras a serem confirmadas na turnê que a banda faz pelo Brasil a partir de abril. Aqui, o show acontece no dia 21. “O grande objetivo da gente é unir o público do passado, a geração que nos conheceu e participou das experiências do show, com a geração que não conheceu a gente”, diz Lirinha. O celebrado retorno do grupo, anunciado oficialmente no final do mês passado, veio com o anúncio da turnê e também de um novo álbum de inéditas, intitulado Viagem ao Coração do Sol - a primeira música do disco Liberdade, A Filha do Vento chegou às plataformas digitais na última sexta-feira. (Foto: Reprodução) Toda a discografia do grupo, que já tem outros três CDs lançados, também já pode ser escutada via streaming. “Nós sempre apresentamos histórias, cada um dos discos contou uma. Transfiguração era um pouco esse olhar pra dentro de si e tinha tudo a ver com anseios individuais nossos, que culminaram com o fim da banda. Nesse disco de agora decidimos sair dessa introspecção e ir em direção ao sol. Uma das músicas diz que ‘chegou a hora de rair, a bela hora de rair’. É uma mensagem importante que o Cordel dá nesse momento. Conclama as pessoas a acordarem com esse nascer do dia, com essa luz. Todas as músicas são ligadas a isso”, explica Lirinha.

Retorno Lirinha reconhece que sempre houve um assédio muito grande para que a banda se reunisse novamente. “Pediam que nos juntássemos para um show especial, para celebrar o aniversário de alguma coisa, inaugurar algum espaço, mas a banda nunca tinha sentido em nada disso uma força de reacender todas essas questões místicas que remetem à palavra encantado, fogo”, conta. 

Para ele, os gatilhos para que o retorno se concretizasse começaram há cerca de dois anos, quando as plataformas de streaming os procuraram para relançar a discografia digitalmente - já que os exemplares físicos estão esgotados -; quando gravaram uma canção original para a trilha do filme Largou as Botas e Mergulhou no Céu(2017); e, finalmente, quando o percussionista pernambucano Naná Vasconcelos, um dos maiores incentivadores do grupo e produtor do primeiro disco da banda, morreu. “Reunir para fazer essa música inédita para o filme reacendeu o lado musical da banda. A gente nunca consegue gerar o som do Cordel quando não estamos os cinco reunidos. Essa música, que está no filme também vai estar no disco. As reuniões para relançar a discografia fez a gente pesquisar nossa história, estava tudo bem espalhado, fotos, músicas, documentos. Foi mais ou menos nesse momento que aconteceu a passagem de Naná, de quem eu era muito próximo, fizemos shows juntos, ele produziu o nosso primeiro disco, fiz música para ele. No sepultamento, encontrei todos os integrantes do Cordel e emocionados tivemos certeza de que deveríamos fazer um show para Naná”, lembra. Se, dadas todas essas circunstâncias, o retorno era certo, mesmo assim muitas ideias chegaram e muitas foram descartadas até se optar pelo lançamento de um disco, com a realização de uma turnê. Eles pensaram até em lançar um novo álbum, sem fazer shows. Lirinha aposta que este será o álbum mais forte e completo do grupo, já que cada integrante pôde imprimir nele as experiências vividas individualmente nesses oito anos. “Uma das coisas que pensamos era não só de voltar para retomar a nossa história, o que fomos um dia,  mas voltar com uma nova mensagem, que fosse capaz de refletir ainda mais a nossa presença como banda, que sempre foi uma coisa acesa. Queríamos ver como é que seria o Cordel nesse mundo de 2018, com todas essas mudanças, com a internet”, diz Lirinha. Das 12 faixas do disco, apenas uma não é composta por ele. “É uma canção dos baianos Alisson Menezes e Maviel Melo. Foi muito louco porque eu escutei a música sendo tocada por Maviel no aniversário do poeta Chico Predosa. Eu perguntei a ele se ele tinha gravado e pedi pra ele, mas não disse que era para o Cordel, era segredo ainda. É uma música diferente de tudo! Ele nem escutou ainda, mas já sabe que está no disco”, adianta. 

Serviço: Concha Acústica do TCA,  21 de abril (sábado), às 19h30. Ingressos: R$ 60 | R$ 30 (1º lote); R$ 80 | R$ 40 (2º lote); vendas na bilheteria do TCA, nos SACs dos shoppings Barra e Bela Vista e no ingresso rapido.com