Corpo da atriz Eva Todor é velado no Rio de Janeiro

Afastada das televisão desde 2012, ela sofria de Mal de Parkinson e Alzheimer

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  • Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2017 às 09:37

- Atualizado há um ano

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Dona de grande carisma, a atriz Eva Todor morreu na manhã deste domingo (10), aos 98 anos,em casa, no Rio de Janeiro, devido a uma pneumonia. A atriz era viúva e não deixou filhos. O velório acontece na manhã desta segunda-feira (11), das 9h às 11h, no Teatro Municipal do Rio. De lá, a cerimônia continuará no Memorial do Carmo, até às 16h. No começo do ano, a atriz já havia sido internada, no Rio, pelo mesmo motivo. Ela sofria de Mal de Parkinson e Alzheimer, além de problemas cardíacos, e estava afastada das televisão desde 2012. Seu último trabalho foi na novela Salve Jorge (Globo/TV Bahia), de Glória Perez, mas desde 2010 vinha fazendo apenas participações especiais.  Nascida em Budapeste, na Hungria, em 1919, Eva Todor (nome artístico de Eva Fodor Nolding) veio para o Brasil ainda menina, fugindo, ao lado da família, da Europa após a Primeira Guerra Mundial. No Brasil, se dedicou primeiro ao balé, dança que já praticava na Hungria, antes de atuar. Aos nove anos já havia se apresentado em espetáculos de dança no Theatro Municipal de São Paulo. Kiki Blanche Passou primeiro pelo teatro (aliás, de 1934 a 1989, ela atuou em 110 espetáculos) e depois começou a carreira no cinema, tendo estreado em Os Dois Ladrões (1960), onde atuou ao lado de Oscarito (1906-1970).  Em 1961, foi contratada pela TV Tupi. Em seguida, assinou com a TV Globo, onde esteve em diversas novelas e minisséries. Foi escalada para participar de Roque Santeiro (na censurada versão de 1975) e esteve em Sétimo Sentido, Partido Alto Hilda Furacão, Top Model (uma das suas novelas favoritas), Suave Veneno e O Cravo e a Rosa, entre outras obras.  Sua estreia na TV, na prática, aconteceu ao interpretar a inesquecível Kiki Blanche, em Locomotivas (1977), de Cassiano Gabus Mendes (1929-1993), a primeira novela colorida da faixa das 19h, contracenando com Aracy Balabanian, Lucélia Santos e Walmor Chagas (1930-2013). “Ela era a dona de um cabeleireiro e tinha sido vedete. Eu entrei, agradou. E nunca mais saí”, disse a atriz em depoimento ao site Memória Globo, em 2009, sobre seu início de carreira, que completou 80 anos.Gênero Eva Na televisão, sua especialidade era o chamado gênero Eva, um humor fino, que virou sua marca registrada. Entre suas condecorações, em 1969, conquistou o Prêmio Molière, de melhor atriz, por ter atuado na peça De Olho na Amélia, de Georges Feydeau.  Eva Todor teve dois casamentos. Primeiro foi com o diretor de teatro Luiz Iglezias, com quem ficou durante 26 anos e fundou a companhia Eva e seus Atores, protagonizando grandes sucessos.  Eva Todor na minissérie Incidente em Antares, em 1994 (Foto: Divulgação/ TV Globo) Depois, Eva se casou com o engenheiro e empresário Paulo Nolding. O casamento durou 28 anos, até a morte dele. Quando ficou viúva pela segunda vez, decidiu se dedicar apenas à TV.  “Depois que meu segundo marido morreu, eu fiquei muito desorientada. E a Globo, muito atenta, me chamou para fazer Top Model, para eu não ficar muito aflita”, lembrou ao Memória Globo. Encantando Getúlio De acordo com o Ministério da Cultura, ela se naturalizou brasileira a convite de Getúlio Vargas (1882-1954). Na década de 1940, o então presidente do Brasil a assistiu em uma peça, no Rio, ficou encantado e, no camarim, perguntou à atriz se ela queria ser naturalizada, o que ocorreu logo depois. Muito querida pelos colegas e pelo público, ela declarou ao Memória Globo: “Posso ser vaidosa? Pretensiosa? Avalio minha carreira brilhante: longa, sem tropeços, sem desastre, contínua, respeitada, com prestígio aqui e além-mar", disse.  E complementou: "Minha vida foi tranquila, limpa, muito transparente em todos os sentidos. Peço licença para ser pretensiosa, mas podem verificar, podem pesquisar, e vão saber que estou falando a verdade”.  E quem há de duvidar?