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Corpo de operadora de caixa assassinada é enterrado no Campo Santo


 

Ligiane Silva da Cruz foi assassinada em casa na madrugada de sábado. Parentes dizem que vítima não dizia sofrer ameaças

  • Roberto Midlej

Publicado em 31/12/2017 às 14:43:00
Atualizado em 17/04/2023 às 21:55:07
. Crédito: reprodução

Por que uma jovem de 33 anos, mãe muito dedicada, funcionária disciplinada e religiosa fiel foi morta com tal frieza e de forma tão bárbara? Era isso que se perguntavam os amigos e parentes de Ligiane Silva da Cruz, neste domingo (31), durante o enterro que foi realizado no Cemitério do Campo Santo, às 10h.

Ligiane, que era operadora de caixa do Walmart do Politeama, foi assassinada a tiros em casa por dois homens na madrugada de sábado (30). Ela morava na Travessa Alvarenga Peixoto, no Curuzu.

A mãe de Ligiane, Elizabeth Silva, 53, afirmou que a filha não tinha ligação alguma com o crime nem relatava estar com medo. "Ela nunca demonstrou medo, nem jamais disse estar alguma ameaça. Ao contrário: ela se preocupava mais comigo do que com ela mesma", revelou Elizabeth, que, durante o velório, permaneceu distante do corpo da filha. "Preparei tudo para o enterro, separei a roupa para vesti-la, mas não consigo olhar para ela agora. É muita emoção pra mim", disse Elizabeth, que já havia perdido um filho, morto numa briga. Ela ainda tem um terceiro filho, que vive com o pai.

Elizabeth morava na mesma casa da filha, mas no segundo piso, enquanto Ligia vivia no primeiro com a filha de três anos e um filho de 13. O marido, que preferiu não se identificar, também morava ali. No velório, ele confirmou ao CORREIO que sua mulher não aparentava preocupações sobre sua própria segurança nem mencionava sofrer ameaças.

Um amigo da família há mais de 30 anos, vizinho de Elizabeth, disse que Ligiane  "era só alegria e um crime desse não tem resposta; é uma barbaridade". O homem preferiu não se identificar. "Minha filha era amiga dela desde uns dois anos de idade e ela ia à minha casa frequentemente. Não há explicação para esse crime", revelou o senhor. Ele afirmou que o bairro onde mora, apesar de ter problemas, não tem crimes com frequência.

Elizabete disse que pretende se mudar em breve porque a casa onde mora remete muito às lembranças da filha. "Não tenho nada contra o bairro, mas é muita dor permanecer ali", disse.

O crime

Ligiane estava dormindo em casa com a filha de três anos, quando os criminosos invadiram o local, após arrombar o cadeado com um alicate. Elizabete, que estava no segundo andar ouviu os disparos que provocaram a morte da filha.

"Eu escutei um barulho, uma confusão e, logo depois, os disparos. Foram muitos tiros, uns oito, dez, não sei, foram muitos", conta a mãe, a dona de casa Elizabeth Silva, 53.

Segundo a dona de casa, a operadora de caixa era evangélica havia sete anos. Ligiane havia frequentado a Igreja Universal por sete anos e ultimamente costumava ir a uma outra instituição, cujo nome Elizabeth não soube informar.

Uma prima da vítima, que preferiu não se identificar, disse que, após invadir a casa, os assassinos pediram para que a vítima entregasse a filha para o irmão. Logo após a criança deixar o local, os criminosos levaram Ligiane até um dos quartos.

"Ela se ajoelhou, colocou a mão na cabeça e perguntou: 'Por que estou morrendo?", descreveu a prima. "Acho que eles não queriam que a minha neta visse a mãe morrer", completa a mãe.

Além da filha e do irmão, Ligiane também morava com o marido que, no dia do crime, estava dormindo na casa do pai, a pouco metros da residência da família. "Ele nem acreditou que ela estava morta", disse a mãe da vítima.

Ligiane morava também com o marido que, no dia do crime, estava dormindo na casa do pai, a pouco metros da residência da família. "Ele nem acreditou que ela estava morta", disse a mãe da vítima.  

Colegas de trabalho de Ligiane estiveram no enterro, mas preferiram não falar com a imprensa.