CORREIO Encontros debate empreendedorismo no bairro de Plataforma

Micronegócios precisam inovar e investir para crescer mais

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  • Priscila Natividade

Publicado em 11 de outubro de 2017 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Evandro Veiga

Os indicadores mostram que a economia brasileira começa a entrar em um ciclo de retomada e o empreendedorismo deve ser um dos agentes capazes de promover esse crescimento. Para isso, vai ser necessário inovar. O caminho para sair na frente foi o tema principal de mais uma edição do CORREIO Encontros, evento promovido pelo jornal em parceria com o Banco do Nordeste que aconteceu ontem, no Centro Cultural de Plataforma.

O cenário, portanto, é promissor para o empreendedor que não tem medo de inovar, como a comerciante Dilza Rodrigues que está ainda mais disposta a expandir o seu negócio. “Eu quero muito ampliar minhas vendas e saio daqui com a certeza de que isso é possível”, disse. Dilza, mais conhecida como a “Tia da Praça”, começou a vender pirão de aipim aos finais de semana na porta de casa, depois que ficou sem emprego. O prato é uma versão que ela mesma criou.“Fiquei sem emprego e em um dia de domingo comecei fazendo uma panelinha só  aqui na praça. Hoje ganho meu dinheiro só com isso. Agora preciso melhorar a estrutura para vender mais”. Segundo ela, não sobra nada na panela. “Faz sucesso viu? Faço um pirãozinho com isca de frango, carne, coloco um molhinho especial da casa, mais uma salada de tomate e vendo também com preço bem em conta com porções de R$ 5, R$ 7 e R$ 10”. A alternativa, que há cinco anos era apenas uma solução ao desemprego, se tornou a única fonte de renda da empreendedora de 41 anos de idade.  

“Consigo tirar, em média, R$ 800 por final de semana. Poderia vender mais, porém faço tudo sozinha. Preciso de uma pessoa que possa trabalhar comigo para aumentar a produção”, planeja a Tia da Praça. “Quero ainda um freezer com capacidade para armazenar os ingredientes. Mas o que falta é dinheiro. É um negócio que eu vejo que está dando resultado e que pode crescer ainda mais”. 

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Aprender e crescer 

E Dilza está no caminho certo. O momento é de crescer e agregar valor, como pontuou o técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Fabrício Barreto na palestra sobre oportunidades de negócio, que abriu o evento.“O que vai fazer um negócio prosperar é inovação. Algo que proporcione não só a mudança na relação com o seu cliente, mas que seja transferido para sua marca”.Outra coisa que faz a diferença para quem deseja empreender ou já possui um negócio de bairro está na valorização do produto ou serviço. “Inovar é criar algo novo, inédito. Mas, para isso, é importante também aprimorar e agregar valor àquele serviço que você presta ou produto que vende. Tudo isso depende muito da elaboração de um bom plano de negócios. Antes de mostrar preço, apresente valor”, acrescentou.

A mesma motivação de ampliar o seu negócio tomou conta da comerciante Marinalva Paixão. De olho nas vendas de final de ano, ela acabou de contratar um novo crédito para viabilizar o estoque de cama, mesa e banho que vende de porta em porta. “Antes eu só vendia picolé em casa, mas em junho voltei a trabalhar com venda direta. Acabei de pagar um empréstimo e estou renovando o financiamento. As vendas foram muito boas e a gente está apostando todas as fichas no Natal”.

Para incrementar vai ser necessário crédito, como destaca ainda Fabrício Barreto. “O microempreendedor não precisa esperar crescer para agregar valor a sua marca. Todo investimento deve ser feito na qualidade. Nesse sentido, o crédito é necessário para inovar”, reforçou Barreto. 

Crédito O Crediamigo, linha de crédito do Banco do Nordeste, é uma opção para o empreendedor. Tema tratado também durante a programação do evento. A gerente de Microfinanças do Banco do Nordeste Lana Pinto apresentou o financiamento e anunciou redução nas taxas de juros.“Todo empreendedor de qualquer atividade  precisa de crédito. É um financiamento que busca ofertar oportunidade de trabalho com o aumento da capacidade de empreender”.O credito é destinado a empreendedores formais ou não formalizados, mesmo que tenham alguma restrição no SPC ou Serasa. Para contratar o Crediamigo é necessário atuar na atividade por, pelo menos, seis meses. Os valores iniciais variam de R$ 100 a R$ 6 mil e podem ser renovados em até R$ 15 mil.

Após a palestra, o jornalista e editor do CORREIO, Flávio Oliveira mediou o debate com perguntas elaboradas pelos empreendedores de Plataforma que marcaram presença no teatro. “Foi um momento de troca proveitoso em que Fabrício e Lana puderam compartilhar ainda mais o conhecimento que trouxeram sobre os temas tratados que, certamente, ajudou ainda mais a plateia”, avaliou.

Para o gerente de Mídias Digitais e Marketing do CORREIO, Fábio Gois, o jornal, em parceria com o Banco do Nordeste, cumpriu mais uma vez sua função em levar conteúdo para o bairro. “As pessoas em Plataforma foram interessadas em conteúdo e os especialistas trouxeram um recorte muito interessante para a região”. 

BANCO DO NORDESTE REDUZ TAXA DE JUROS DO CREDIAMIGO

Tem crédito mais barato na praça para o empreendedor. Durante a sua participação na 4ª edição do CORREIO Encontros, a gerente estadual de Microfinanças do Banco do Nordeste, Lana Pinto, anunciou a queda na taxa de juros nos principais produtos do Crediamigo. As reduções nas taxas em algumas linhas chegam a 10%.

“A gente teve esta redução agora meio que acompanhando a redução das taxas gerais de inflação, o que torna o Crediamigo ainda mais atrativo para o empreendedor. Só o fato de ter dinheiro para investir em seu estoque ou no capital de giro da sua empresa, gera uma maior margem de lucro”.

No Giro Popular Solidário (GPS), a taxa caiu de 1,7% para 1,62%; o Giro Solidário (GS) era 2,0% e passou para 1,90%. Investimento Fixo (IF) de 2,0% foi para 1,80%. O Giro de Investimento (GI) e o Credimais foram as linhas com maior queda:  de 2,0% para 1,90% e 1,8% para 1,62%.

O banco prevê inaugurar, até o fim do ano, quatro novos postos de atendimento nos bairros de Cajazeiras, Plataforma, São Cristóvão e Paripe. Em Salvador, são mais de seis mil clientes e desembolso que chega a R$ 24 milhões.