CORREIO Encontros promove discussão sobre o 'Mais Alfabetização'

Projeto federal busca apoiar professores e escolas públicas; secretário compareceu

Publicado em 16 de março de 2018 às 21:06

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Coordenadores, diretores e professores de escolas públicas e privadas de Salvador puderam entender e debater o programa Mais Alfabetização, do Governo Federal, com o secretário da Educação Básica do MEC, Rossieli Soares da Silva nesta sexta-feira (16), durante o CORREIO Encontros - Mais Alfabetização. O programa faz parte das iniciativas da Política Nacional de Educação e busca combater os baixos índices de proficiência em leitura, escrita e matemática registrada pela Educação Básica do Brasil. 

O Mais Alfabetização faz parte da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que foi homologado há três meses. O secretário ressalta que o programa faz parte da Política Nacional de Alfabetização, que tem mais quatro pilares: Formação de Professores; Protagonismo das redes (dos municípios e estados; PNLD e Educação Conectada e Base Nacional Comum Curricular (BNCC). "O conjunto de todas essas ações que será importante para a melhoria na alfabetização. O Mais Alfabetização é um braço de execução para apoiar o professor e a escola", disse.

A proposta é de implementação de um assistente para atuar junto com um professor regente, a utilização de material de apoio didático-pedagógico, assistência técnica, o oferecimento de um mestrado profissional em alfabetização e didática aplicada para professores assistentes, além de um material de alfabetização que possa ser selecionado pelos próprios estados. 

A adesão é facultativa - as escolas decidem se farão parte do programa e os professores podem rejeitar a presença de auxiliares. De acordo com o secretário, dos 4,3 milhões de alunos em todo país, 3,7 milhões já estão inscritos no programa. São 200 mil turmas e R$ 523 milhões de investimento. Em Salvador, 100% das escolas que foram indicadas pelo Ministério da Educação para fazer parte do programa optaram pela adesão. São 292 escolas municipais que irão participar. “Os professores, ao fazerem adesão, receberão apoio com materiais. A gente fará o repasse para as escolas até o dia 5 de abril para que esses assistentes já comecem a chegar entre abril e maio nas instituições”, afirmou Rossieli da Silva.

A iniciativa foi elogiada por professores e líderes de instituições da Bahia, que destacaram que essas medidas costumam ser muito verticais, sem a possibilidade de discussão com a rede pública e privada, apenas com os poderes públicos.  “A iniciativa é boa a partir de que não temos bons índices de educação infantil no estado. O analfabetismo continua, para crianças precisamos avançar e melhorar muito. Não há um entendimento da importância da alfabetização geral”, afirmou o presidente da Associação Baiana de Educadores e Afins, Bruno Sepulveda.

“O auxílio na alfabetização tem que vir de todos os lados. Não tem para onde correr. Com certeza é um programa que vai ajudar, a única preocupação é implementação nele nas rotinas das escolas, que hoje já tem tantas dificuldades. Como ele veio com uma base de recurso e apoio de outros profissionais, a gente acredita que influenciará sim na proficiência e com o acompanhamento de sala de aula dos alunos", afirmou Adriana Pereira,coordenadora da Escola Municipal Bom Jesus. 

A coordenadora do Escolab, modelo de escola-laboratório instituído pela prefeitura de Salvador para funcionar no turno oposto ao ensino normal, Ivete Rodrigues, comentou que aposta no modelo para um melhor desempenho das crianças na alfabetização. “São jogos lúdicos e o foco em que elas adquiram compreensão das ações. De estratégias para que a criança tenha um melhor entendimento dos ensinamentos”, explicou.  

Bahia Dos estudantes baianos avaliados pela Avaliação Nacional da Alfabetização (Ana) em 2016, 54,83% tiveram níveis insuficientes em escrita, 72,7% em leitura e 72,84% em matemática. 

“A gente continua com um cenário no que tange as aprendizagens ainda muito complexo, ainda não conseguimos dar um salto. Não houve avanços. Estamos no século XXI e o Brasil ainda não dá conta de sua alfabetização. É um esforço do Ministério da Educação. Acredito muito que se as práticas metodológicas seguem sendo revistas, haverá uma chance maior de alcançar o resultado que a gente sonha, que é de uma erradicação do analfabetismo no país”, afirmou a pedagoga e empreendedora social Cybele Amado, diretora-presidente do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa.

“A gente realizou no ano passado um debate sobre o Ensino Médio. Esse sobre alfabetização é dando continuidade sobre como se discutir a educação brasileira. Então o jornal CORREIO vê na ação a importância de trazer o Ministério da Educação, o governo federal, para dialogar com entes públicos e privados, seja do âmbito municipal ou estadual, para que a gente consiga dialogar. Gerar um debate para construção. Às vezes algumas decisões tomadas são muito distantes, o que gera um não entendimento ou até uma não contribuição e o papel das mídias, de um jornal como o CORREIO é gerar essas conexões", afirmou Fábio Góis, gerente de marketing do jornal.