Corretores acreditam que vão vender mais neste ano

Estudo do Grupo CDPV com profissionais de venda do mercado imobiliário aponta um cenário otimista em relação a 2017

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  • Victor Lahiri

Publicado em 16 de fevereiro de 2018 às 14:17

- Atualizado há um ano

Se o verde é a cor da esperança, o réveillon passado dos corretores de imóveis certamente foi dominado por essa tonalidade, já que para 2018 um cenário de negócios aquecidos é a principal expectativa da classe, como aponta a pesquisa realizada pelo Grupo CDPV (Centro de Desenvolvimento do Profissional de Vendas), empresa especializada na captação de equipe de vendas. O levantamento que contou com a participação de mais de 1,7 mil corretores de todo o Brasil, aponta que 86% dos entrevistados acredita na melhora do mercado esse ano.

A pesquisa foi promovida entre dezembro de 2017 e janeiro deste ano, revelando um cenário predominantemente pessimista quando o assunto é o balanço do ano que passou. Os dados apontam que 72% dos entrevistados fecharam o último ano insatisfeitos com o andamento das negociações. Contudo, as esperanças para os próximos 12 meses estão em alta. “O que percebo é o sentimento claro de perspectivas melhores para 2018, o mercado continua vivo, o crédito está voltando a ser liberado e aquela crise de confiança do consumidor está começando a passar”, afirma Diego Maia, presidente do Grupo CDPV.

A pesquisa ainda identificou que 69% dos corretores acreditam que o valor do m²  não deve sofrer recuo este ano, mantendo o valor dos imóveis em um patamar constante até dezembro. “Alguns índices como o FipeZap apontaram uma redução no valor do m² em 2017, considerando a queda nos preços dos anúncios, mas o que percebo é que as imobiliárias começam a cortar o custo que era negociável, direto para o valor final”, explica Maia.

No sentido de auto avaliação, o levantamento do CPDV indica que o treinamento de vendas é a principal dificuldade para o aumento dos negócios. A falta de imóveis disponíveis para venda também preocupa os corretores. "O estudo conclui que o profissional que está parado é quem mais sofre com a falta de negócios, pois os corretores que tem buscado se capacitar para atender as novas demandas do mercado, seguem faturando bem", explica Diego. Já nos fatores externos que contribuíram para travar os negócios, os profissionais do ramo citam instabilidade econômica e política como principal causa.

Mercado baiano

Na Bahia o Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) comemorou uma leve recuperação  das vendas em relação a 2016, porém, o vice-presidente da entidade, José Alberto de Vasconcellos, ressalta que a situação do mercado ainda está longe do ideal, voltando as esperanças de prosperidade para o ano que começa. “2017 foi um ano de grandes desafios e as imobiliárias começaram a registrar um crescimento, mesmo com a escassez de lançamentos e com as dificuldades com o crédito”, aponta. “O que a gente vê desde o início é que à medida que o país está separando os negócios da política, o consumidor se sente mais confiante para retornar ao mercado”.

Confirma, abaixo, o resultado da pesquisa feita pelo Grupo CDPV com os corrertores de imóveis:

Você ficou satisfeito com os seus resultados em 2017?

72% Não x 28% Sim.

2018 será melhor que 2017?

86% Sim x 13% A mesma coisa x 1% Não.

Em 2018, o preço vai?

69% Manter x 16% Abaixar x 15% Subir.

Se você tivesse recursos, compraria imóvel agora?

86% Sim x 14% Não.

Neste momento, no cenário atual, o cliente está comprando mais rapidamente ou demorando mais?

79% Demorado x 21% Mais rápido.

O que falta para você aumentar suas vendas?

36% Treinamento de vendas x 30% Mais produtos no portfólio x 8% Sorte (está no lugar certo, na hora certa, com a pessoa certa) x 8% formação técnica x Mais 8% conhecimento do produto.

Qual o pior entrave no mercado imobiliário neste momento?

79% Instabilidade econômica e política x 14% Falta de crédito imobiliário x 5% Preços altos x 2% eleições se aproximando