Cunha recebeu R$ 57 mi de Funaro após início da Lava Jato

Deste valor, R$ 1,3 milhões foram pagos enquanto Cunha presidia a Câmara dos Deputados

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  • Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2017 às 11:50

- Atualizado há um ano

. Crédito: AFP

Mesmo após o início da Operação Lava Jato, deflagrada em março de 2014, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, continuou recebendo propina. De acordo com as investigações da Polícia Federal (PF), o corretor Lúcio Funaro fez o pagamento de R$ 56,9 milhões ao ex-deputado depois da abertura da ação.

A quantia foi identicada pela PF em planilhas apreendidas na casa da irmã de Funaro, por ordem do juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília. Deste valor apurado, cerca de R$ 1,3 milhões foram pagos em 2015, enquanto Cunha, identificado como "Bob", ainda presidia a Câmara dos Deputados.

O número encontrado, no entanto, pode não equivaler ao pagamento total da propina. "Não podemos afirmar que as mesmas correspondem ao total das entregas de dinheiro efetuadas, mas apenas as localizadas até o presente momento", informa o relatório da PF.

Preso desde julho de 2016, em Brasília, Funaro tem acordo de delação premiada, que já foi homologada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), mas permanece em sigilo. As provas encontradas estão sendo comparadas com as declarações fornecidas durante o acordo de colaboração. 

De acordo com as planilhas, Cunha recebia dinheiro do delator desde 2011, totalizando cerca de R$ 89 milhões recebidos, no período até 2015. Os pagamentos eram feitos de diferentes formas: em espécie, por depósitos e por boletos em nome de empresas ou através de laranjas.

Mesmo após o início da Operação Lava Jato, deflagrada em março de 2014, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, continuou recebendo propina. De acordo com as investigações da Polícia Federal (PF), o corretor Lúcio Funaro fez o pagamento de R$ 56,9 milhões ao ex-deputado depois da abertura da ação.

A quantia foi identicada pela PF em planilhas apreendidas na casa da irmã de Funaro, por ordem do juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília. Deste valor apurado, cerca de R$ 1,3 milhões foram pagos em 2015, enquanto Cunha, identificado como "Bob", ainda presidia a Câmara dos Deputados.

O número encontrado, no entanto, pode não equivaler ao pagamento total da propina. "Não podemos afirmar que as mesmas correspondem ao total das entregas de dinheiro efetuadas, mas apenas as localizadas até o presente momento", informa o relatório da PF.

Preso desde julho de 2016, em Brasília, Funaro tem acordo de delação premiada, que já foi homologada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), mas permanece em sigilo. As provas encontradas estão sendo comparadas com as declarações fornecidas durante o acordo de colaboração. 

De acordo com as planilhas, Cunha recebia dinheiro do delator desde 2011, totalizando cerca de R$ 89 milhões recebidos, no período até 2015. Os pagamentos eram feitos de diferentes formas: em espécie, por depósitos e por boletos em nome de empresas ou através de "aranjas".

Na maioria das vezes, a propina era entregue em espécie, através do auxiliar de Cunha, Altair Pinto, que também é investigado pela Lava Jato. Os nomes do ex-funcionário da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), Sidney Roberto Szabo, e do doleiro Claudio Fernando Barbosa, também são apontados por envolvimento com o esquema.

Segundo a PF, Funaro fazia depósitos e pagamentos por boletos em contas de empresas ou de "laranjas" vinculadas ao doleiro. A transição gerava um crédito ao corretor. Barbosa, então, realizava o saque da quantia em espécie para a propina.