Delegada pede revogação de prisão de acusado de morte após Ba-Vi

O ofício foi enviado em setembro à Justiça e acusado ainda segue preso

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  • Bruno Wendel

Publicado em 19 de outubro de 2017 às 15:30

- Atualizado há um ano

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Mesmo após pedido de revogação da delegada, Pietro segue preso (Foto: Reprodução) A delegada Patrícia de Brito Costa Marques, titular da 2ª Delegacia de Homicídios (2ª DH/Baía de Todos os Santos), solicitou à Justiça a revogação da prisão preventiva de Pietro Henrique Ferreira Caribé Pereira, 25 anos, estudante de Direito, acusado de matar o torcedor do Bahia Carlos Henrique de Deus, 17, após o clássico Ba-Vi, no dia 9 de abril deste ano.

O ofício foi encaminhado no dia 18 de setembro ao juiz do 1º Juízo da 2ª Vara do Júri. Uma audiência que ocorreu na tarde desta quinta-feira (19),  no Fórum Criminal, em Sussuarana, escutou testemunhas de defesa. De acordo com informações da assessoria do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), o réu não foi ouvido por falta de tempo. Ele permance preso na Cadeia Pública de Salvador, no bairro da Mata Escura, e deve participar de uma nova audiênica no dia 8 de novembro, às 14h, no mesmo Fórum. 

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No ofício, a delegada justifica o pedido dizendo que “surgiram indícios da autoria divergentes dos que foram observados nos autos do referido processo”. O CORREIO entrou em contato com a delegada, que disse que todas as informações serão passadas pela assessoria de comunicação da Polícia Civil.

A assessoria também informou que o caso já está na Justiça e que a investigação vai continuar procurando outras pessoas envolvidas  no crime. 

No entanto, parentes de Pietro disseram ao CORREIO que a reviravolta aconteceu depois de um novo depoimento do frentista Isaías Souza Santos, 27, amigo da vítima e testemunha do caso. Carlos Henrique, 17, faria aniversário na semana em que foi morto (Foto: Reprodução) Ele voltou atrás, dizendo que não reconheceu Pietro nas imagens das câmeras do posto de combustível da Vasco da Gama, local onde Carlos Henrique foi baleado.

“Isaías agiu no calor da emoção. Ele e meu noivo já tinham uma rixa por causa de time. Moram no mesmo bairro. Quando uma foto de Pietro lhe foi apresentada ainda no hospital para onde foi socorrido, ele acabou dizendo que era Pietro. Mas depois, num novo depoimento, quando as imagens das câmeras do posto foram mostradas, Isaías não reconheceu Pietro nas gravações”, declarou Thalyne Pereira, 23, noiva de Pietro.

A família de Pietro disse que não há nenhuma prova que o coloque na cena do crime, a exemplo do exame de pólvora combusta do Departamento de Polícia Técnica (DPT) e ao fato de as câmeras no bairro do Garcia mostrarem que Pietro e Thalyne chegam à casa da mãe dele por volta das 18h40, e só saem às 21h – Carlos Henrique foi morto por volta das 20h.“Até agora, nada prova o envolvimento dele no crime, e ele ainda continua preso”, disse Thalyne.A prisão de Pietro resvalou também em familiares, que dizem estar recebendo ameaças de morte nas redes sociais. “A gente entende que foi um crime de muita comoção, que a família do rapaz morto tem usado as redes sociais para manifestar sua dor. Mas quando nós, parentes de Pietro, nos manifestamos também nas redes sociais pedindo Justiça, somos atacados e ameaçados de morte”, declarou ela.

Ainda de acordo com Thalyne, a polícia já tem novas imagens que apontam realmente quem são os verdadeiros autores.