Demolição de casarão no Barbalho deve terminar neste domingo, diz Defesa Civil

Operação para demolir o imóvel começou na manhã deste sábado (29)

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  • Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2017 às 10:42

- Atualizado há um ano

Da janela, a aposentada Maria Rita Mendes, 67, observava os operários que ontem trabalhavam na demolição de um casarão em ruínas, no Barbalho. Moradora antiga do bairro e vizinha do imóvel há 40 anos, ela acredita que a paisagem da rua Professor Viegas não será mais a mesma sem a construção. Mas, devido aos riscos de desabamento e dos escombros ferirem quem transita pela rua, foi necessária fazer a retirada do imóvel.

"A paisagem vai ficar estranha, mas é preciso cuidar dessas casas que vivem caindo por aqui", defende a aposentada. O trabalho de demolição, realizado por uma empresa contratada pela Prefeitura, seguirá hoje. A rua onde acontece a operação permanecerá interditada até às 17 horas.

A Professor Viegas foi bloqueada há uma semana para evitar acidentes com pedaços de alvenaria que poderiam se desprender do prédio condenado. O processo de demolição é acompanhado por engenheiros da Defesa Civil (Codesal). Segundo o diretor do órgão, Gustavo Ferraz, após a demolição, as pessoas vão poder transitar novamente com segurança. "A via estará liberada a partir desta segunda-feira. Estávamos monitorando a situação desde 2016", explicou o diretor.

Morador de uma casa vizinha ao casarão, que no bairro é conhecido como "Casa dos Ursinhos", por possuir ursos de pelúcia e outros brinquedos entre as ruínas, o cozinheiro Joselito Jesus Bispo, 40, também vê com bons olhos a demolição. "Imagine o risco que todos nós corríamos com essa estrutura de pé, até um vento poderia derrubá-la. Só lamento que não seja para a construção de alguma coisa boa para a comunidade, como um posto, uma creche ou um curso profissionalizante", sugeriu.

Quem também saiu de casa para assistir ao processo de demolição foi o metalúrgico Ademilton Souza, 36. "Que bom, deviam fazer o mesmo com todos os prédios que ameaçam as pessoas. São vários. Minha casa é segura, mas a entrada, por exemplo, está bastante comprometida", lamentou o morador. Já o estudante Lucas Peixoto, 24, ressaltou a caminhada que precisava fazer durante o período de interdição da rua e comemou que em breve a via estará liberada.

Outros riscos

Na Ladeira da Soledade, nas imediações da "Casa dos Ursinhos", outros 22 imóveis aparentam risco de desabar. "Não têm ainda o risco iminente, mas se não tiver uma ação para preservar esses imóveis, teremos de demolir", afirma Gustavo Ferraz.

Em nota divulgada esta semana, o Ipac afirmou que o casarão da rua Professor Viegas não está no polígono de responsabilidade de tombamento do órgão. "Como estabelece o Decreto estadual nº 28.398, a poligonal de Tombamento de Proteção Rigorosa da Soledade é delimitada no trecho entre a Rua Barão da Vila da Barra até o Largo da Soledade, comprovando que a casa da rua Professor Viegas está fora do polígono de tombamento", diz a nota.

*Com apuração de Tailane Muniz