Disputa de Inteligência... artificial

Por Hugo Brito

Publicado em 23 de outubro de 2017 às 18:21

- Atualizado há 10 meses

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Partindo do antigo jogo chinês GO, onde há mais de 3 mil anos os jogadores encontram formas diferentes de mover as pedras brancas e pretas no tabuleiro (foto), os cientistas da DeepMind, empresa britânica fundada em 2010 e comprada pelo Google em 2014, criaram o Alpha Go, sistema de inteligência artificial que tinha o objetivo de jogar com humanos e aprender, a partir dessas jogadas, para depois derrotar seus professores de carne e osso. Isso foi atingido. O Alpha Go ganhou dos maiores jogadores do planeta. (Foto: Divulgaçao) O último passo dado no projeto vai além. O sistema Alpha Go Zero, terceira geração do programa de computador, aprendeu a jogar sozinho. Com 3 horas de processamento ele já jogava como um humano. 3 dias de auto aprendizado depois a máquina ultrapassou a primeira versão do software – Alpha Go Lee - que venceu o campeão mundial Lee Sedol. Após 21 dias ele ultrapassou o Alpha Go Master, que venceu além de outros 60 oponentes mais um campeão mundial, Ke Jie, com o placar de 3 partidas a zero. Após 40 dias o Alpha Go Zero se tornou o maior jogador de Go do planeta, sem nenhuma intervenção humana. A empresa deixa agora de investir no algorítimo usado pela máquina com foco nos jogos e passará a usar a tecnologia na busca de outras aplicações.

A capacidade de auto aprendizado mostra que a Inteligência artificial não tem limites. Sistemas como esse poderão, no futuro, aprender e, digamos, raciocinar de forma semelhante aos humanos, mas com a vantagem de poderem tratar um número infinitamente maior de informação trazendo, com isso, saltos mais rápidos no entendimento dos mais variados problemas da sociedade como, por exemplo, o tratamento de doenças. Hoje, problemas de diversos ramos científicos são primeiramente propostos por especialistas que geram dados de experimentos, tratam esses dados e depois analisam seus resultados gerando novos dados e assim sucessivamente.

Com base no comportamento de sistemas de inteligência artificial como o Alpha Go Zero não haverá a dependência do raciocínio humano para o surgimento de novas hipóteses e ideias, tornando tudo muito mais rápido. Os computadores terão suas próprias linhas de raciocínio, hipóteses a testar e conclusões. Será bom o mundo de máquinas pensantes? Não dá para responder, mas o fato é que esse tempo já chegou e em breve as respostas, para o bem e para o mal, já começarão a aparecer.  Realidade aumentada na medicina A medicina é uma das áreas que mais anda de mãos dadas com a tecnologia. A cada dia surgem novos exames e técnicas diferentes para diagnósticos mais claros e procedimentos com maior segurança. A novidade na área é a utilização da realidade aumentada, técnica que coloca imagens sobre objetos reais captados pelas câmeras de tablets e smartphones, por exemplo.

Uma clínica especializada em otorrinolaringologia de Feira de Santana passou a usar essa nova ferramenta através da criação de um manual onde o médico pode, apontando o celular, ver determinados procedimentos e ali tirar dúvidas ou discutir soluções a serem utilizadas nos pacientes de forma mais intuitiva e com maior precisão. Assim, tanto explicar para pacientes o que acontece, quanto discutir com colegas a atuação deles fica muito mais natural. O Motion Designer baiano Mauro Casto, um dos criadores da plataforma, salienta que o mundo está hoje repleto de tecnologias à disposição e que o desafio é utilizá-las de formas criativas, desenvolvendo novas soluções com o manual usado agora como uma grande ferramenta médica.