Eleições 2018: a chapa do governo

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  • Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2017 às 02:02

- Atualizado há um ano

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O governador Rui Costa tem dois grandes desafios nas eleições de 2018. O primeiro é não esfacelar a base aliada na hora da montagem da chapa com a qual vai concorrer a reeleição. O outro é a coligação nacional e a definição de quem será o candidato a presidente que estará colado à imagem do governador. A montagem da chapa será um exercício de flexibilidade política, afinal a chapa possui apenas três vagas e seis partidos já demonstraram que vão lutar para participar dela. Uma das vagas de senador está destinada ao ex-governador Jaques Wagner, não só porque seu nome agrega votos e fortalece a chapa de Rui, como também porque o foro privilegiado será fundamental para a sua defesa futura nos embates com a Justiça.  Além disso, com o fim das coligações proporcionais, a ideia de candidatar-se a deputado federal para formar uma grande bancada perdeu sentido e a possibilidade do ex-governador compor uma chapa nacional do PT, sem a presença de Lula, seria de alto risco e com poucos efeitos eleitorais. Com Wagner dono de uma vaga no Senado, restam duas vagas que serão disputadas por pelo menos seis partidos.  O PSD do senador Otto Alencar e o PP do vice-governador João Leão saem na frente, por conta do tamanho das bancadas. Alencar acena com um nome forte e com bom trânsito político, o do presidente da Assembleia Legislativa, Ângelo Coronel, enquanto Leão coloca o próprio nome na disputa. A chapa parece estar completa, mas falta combinar com os russos, como diria Garrincha. É que a senadora Lídice da Matta, cujo partido, o PSB, flerta abertamente a nível nacional com legendas da oposição, pleiteia a reeleição e o PCdoB, que se fortaleceu ao disputar a Prefeitura de Salvador, quer a deputada Alice Portugal na chapa majoritária.  E Lídice e Alice têm um forte cabo eleitoral: a condição de mulher. Com o apelo cada vez maior do eleitorado para que as mulheres assumam papel de destaque na política, apresentar uma chapa inteiramente masculina seria inconveniente.  Como se não bastasse, entra na equação o PDT de Félix Mendonça, que estará fortalecido nacionalmente com a provável candidatura de Ciro Gomes à Presidência, e o PR de José Carlos Araújo e José Rocha, ambos com projetos de poder explicitamente delineados. E, diferente do PSB de Lídice e do PC do B, de Alice Portugal, o PDT e o PR  não têm dificuldade ideológica em migrar para a oposição.  Como se vê, a montagem da chapa do governador Rui Costa para concorrer ao governo do estado será um exercício de virtuosismo político com o objetivo de evitar defecções.  Esse será, sem dúvida, o maior desafio do governo, mas, caso Lula não seja candidato, também será desafiador para o governador Rui Costa sua relação com PT, que será fortemente atacado nas eleições, e a escolha do candidato ou candidatos a presidente que subirão no palanque apoiando a chapa e colando sua imagem a do governador.  Estes são apenas alguns tópicos do cenário político no campo da situação, mas já indicam que as negociações para a montagem da chapa do governo para as eleições de 2018 vão ferver.

Eleições 2018: a chapa da oposição

No âmbito da oposição, a disputa não será menor e o prefeito ACM Neto terá igualmente de agir com idêntico virtuosismo político. Como Rui Costa, que destinará duas vagas ao PT, ACM Neto destinará duas vagas ao DEM, já que o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo, pleiteia uma das vagas do Senado e dificilmente ficará sem ela, não só porque é uma liderança importante e agrega muitos votos, mas também porque se movimenta bem e está a todo momento lembrando sua boa relação com o governador. Sobram duas vagas a serem disputadas pelo PMDB, PSDB e outros partidos.  O PSDB é um partido rachado e tem dois candidatos postos para a vaga do Senado: o deputado federal Jutahy Magalhães e o secretário de governo de Temer, Antônio Imbassahy. Já com o PMDB ocorre o contrário, pois, com os irmãos Vieira Lima sendo atropelados pela Operação Lava Jato, o partido simplesmente não tem um nome com força política em todo o estado para apresentar. Nesse cenário, tudo pode acontecer, mas, se não se movimentar, Imbassahy, um nome com mais densidade política, mas que colou sua imagem ao governo Temer, deve perder a disputa. Já o PMDB precisa buscar exatamente um nome que tenha densidade. Correndo por fora está o PPS de Arthur Maia e  o PTB de Benito  Gama, mas aí a negociação é mais fácil. Para completar, tem o PRB da Igreja Universal e de Tia Eron para entrar na equação e, de novo, a condição de mulher é forte atributo eleitoral. Esses são apenas alguns tópicos do cenário político da oposição e muitos outros devem ser analisados, como, por exemplo, quem será o candidato a presidente que subirá no palanque da chapa de oposição.

As finanças e o investimento no estado

Enquanto muitos estados brasileiros estão atrasando o salário do funcionalismo, a Bahia vem mantendo seus compromissos em dia e ainda viabilizando recursos para investimento. Entre janeiro e agosto, o governo do estado investiu R$ 1,5 bilhão, correspondendo a 11% de sua Receita Corrente Líquida, sendo o 2º melhor desempenho do país, superado apenas pelo Ceará. Em números absolutos, apenas São Paulo teve investimento maior. A arrecadação de impostos também cresceu entre janeiro e agosto, registrando um incremento de 6,7% em relação ao mesmo período do ano passado, o que significa crescimento real de cerca de 5%.  As informações são do secretário da Fazenda, Manoel Vitório. Os gastos com pessoal, que em dezembro de 2016 representaram 46,5% da Receita Corrente Líquida, atingindo o limite prudencial de gastos de pessoal estipulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, também caíram entre janeiro e agosto deste ano, ficando em 41,7% da Receita Corrente Líquida. Mas, segundo a Sefaz, o estado deve voltar a atingir o limite de alerta até dezembro devido a fatores como o pagamento da última parcela do 13° salário e o incremento nos gastos de pessoal, por conta das promoções e progressões em diversas carreiras do funcionalismo.

Paul McCartney e a economia

Hoje à noite ocorre o show de Paul McCartney, um exemplo de evento que movimenta toda a cadeia econômica e turística de Salvador.  Os 45 mil ingressos foram vendidos e cerca de 30% desse total são de turistas de outros estados e do interior que vieram para o show. A taxa de ocupação média dos hotéis deu um salto, o gasto médio dos turistas é mais elevado e os empregos temporários e informais aumentaram. Esse é o tipo de evento que impulsiona o comércio formal e informal, os serviços de todo tipo e a economia como um todo e é tão importante para Salvador que, em breve, voltarei ao assunto calculando o impacto dos números.

IV Fórum Bahia Econômica

O Fórum Bahia Econômica já é um evento tradicional na agenda econômica da Bahia reunindo anualmente lideres empresariais e políticos do estado para discutir as perspectivas de investimento e crescimento da economia baiana. Este ano, o IV Fórum Bahia Econômica será realizado no dia 20 de novembro, no auditório da Casa do Comércio, e terá como tema as perspectivas para a economia baiana em 2018. Mas haverá um painel especial: Governança: As Novas Formas de Relacionamento entre Empresários e Estado, um tema que trabalha o Brasil do futuro. O Fórum Bahia Econômica tem o apoio da Fecomércio-BA, Fieb, CDL, FCDL, Faeb, ACB, governo do estado e prefeitura de Salvador.