Eleito o 19º melhor DJ do mundo, Alok é atração do Festival de Verão

Alok está na lista dos 50 artistas internacionais mais ouvidos no Spotify

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  • Doris Miranda

Publicado em 6 de dezembro de 2017 às 06:08

- Atualizado há um ano

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Mesmo quem nunca parou para ouvir o som desse gato goiano de 26 anos, mas é minimamente ligado em cultura pop, sabe que Alok é o DJ mais hypado do momento. Tanto que, na lista internacional dos mais tocados no Spotify, ele é o primeiro brasileiro a figurar entre os Top 50 artistas globais, tornando-se também o artista nacional mais ouvido em todo o mundo em 2017. Só para se ter uma ideia: Alok tem uma média de 10 milhões de ouvintes por mês nas plataformas digitais.

Muito disso se deve a  composições como Never Let me Go e Hear me Now. Essa última, a faixa brasileira  mais ouvida em streaming no país, rendendo ao DJ, produtor e instrumentista disco duplo de platina em vários países, como a Itália e a França. Emocionante história de família, o clipe de Hear me Now possui quase 200 milhões de visualizações.

A popularidade, ele justifica, acontece porque  sua obra tem brasilidade. “Meu maior objetivo é sempre levar o Brasil onde quer que eu esteja, representando-o bem. Sobre chegar a esse nível, acredito que música universal facilite o acesso às portas, com certeza”, diz Alok, em entrevista exclusiva ao CORREIO.

Não é acaso, portanto, que ele esteja no Palco Principal do Festival de Verão 2017, uma das atrações do domingo (17), ao lado de estrelas como Harmonia do Samba, Marília Mendonça, Wesley Safadão, Anitta e Aviões. É a primeira vez que a música eletrônica ganha espaço no Palco Principal, que também abriga outro sucesso do gênero, o projeto Vintage Culture, no sábado (16).

“Tocar em festivais de música que unem todo tipo de tribo é sensacional. Na verdade, é um público sempre muito empolgado e cheio de energia. Certamente, teremos muitas coisas especiais em um show inesquecível!  Podem aguardar música nova em um mega show!”, promete para a apresentação no Festival de Verão.

Em entrevista recente no programa Conversa com Bial, da Rede Globo, Alok destacou que faz música para todo tipo de público: “A música tem que ser vista com verdade, não tem que ter barreiras, tem que ser para todos. Saí do segmento eletrônico e peguei um nicho mais popular. Minha avó curtia meu trabalho, sabe?”.

Morta no ano passado, a avó paterna de Alok serviu de inspiração para clipe Hear me Now: “Queria ter tido a chance de abraçá-la de novo. E queria passar exatamente essa mensagem no clipe. Se você ama alguém, não espere amanhã, diga agora! E no clipe fiz um pouco menos dramático, o cara teve uma segunda chance!”

Família - Filho dos DJs Swarup (Juarez Petrillo) e Ekanta (Adriana Peres Franco), e irmão gêmeo do DJ Bhaskar, a vida de Alok sempre esteve envolvida com a música, e é de suas vivências que ele tira a inspiração para suas composições, muitas delas concebidas em instrumentos ‘de verdade’.  Daí, vez em quando, a explicação para  interagir no palco com músicos, como fez no Bial, quando se apresentou com um quarteto de cordas.

A família, segundo o DJ, é sua maior fonte de inspiração: “Meus pais são minhas maiores referências e da mesma forma que transformaram a minha vida eu espero transformar a deles também. Eles já tinham uma carreira consolidada, agora só têm mais exposição.  Queria agradecer a eles porque a minha infância sempre foi muito diferente de todas as crianças. A gente foi criado na Holanda e aprendi muita coisa com eles”.

No processo de composição, Alok explica que mistura várias referências, eletrônicas e analógicas. “Quando tenho um feeling pra alguma criação eu já escrevo, rascunho  e deixo esboçado algo que ache ser legal. Acredito que eu seja músico mesmo”, diz.

Reconhecido como o 19º melhor DJ do mundo, eleito recentemente pela revista especializada DJ Mag, Alok já tocou em pistas muito diferentes. Todas apaixonantes, segundo o próprio, embora agora esteja encantado com a plateia oriental.  “Igual ao Brasil não tem. Mas, ultimamente, a China anda me surpreendendo bastante. Passei um mês lá e foi surreal. Eles adoram, cantam, interagem... É fora de série”, diz ele, contratante de uma equipe de mais de 50 pessoas. “Virei uma empresa de responsa, sabe? ”, completa.

Outro sucesso que não deve faltar no set do FV é  Love is a Temple, produzido com o cantor americano Iro, descoberto pelo próprio Alok no metrô de Nova York. A canção foi escolhida como música tema do Tomorrowland Bélgica, maior festival de música eletrônica do planeta, realizado em julho deste ano.

“Vi um talento enorme naquele cara, sabia que ia rolar uma parceria muito legal. Muitas pessoas falam ‘pô, ele  é um cara de sorte porque você achou ele’. Na verdade, eu que sou um cara de sorte por ele ter me trazido tanta coisa boa”, diz o goiano.

Vintage Clube faz música eletrônica com acento retrô

Se Alok faz o que chama de brazilian bass, o projeto Vintage Culture, do DJ Lukas Ruiz Hespanhol, 24 anos, é a cara da atual house music no Brasil. Por isso, está também entre as atrações principais do Festival de Verão, que recebe ainda os DJs AJ Perez e Rafa Mattei no Espaço Vibe, a partir das 14h e nos intervalos dos shows.

Destaque na Forbes dentre as personalidades mais influentes com menos de 30 anos, o lugar de Vintage na música eletrônica também está pra lá de consolidado. Não à toa, o DJ e produtor musical nascido  no Mato Grosso do Sul figura entre estrelas da música eletrônica internacional como Avicci, Tiesto e Will I Am. O DJ Lukas Ruiz Hespanhol traz  o projeto Vintage Culture para o Festival de Verão 2017 (foto/divulgação) Na última semana de novembro, lançou seu novo trabalho: Memories, parceria com o duo mineiro Clubbers (DJs L. Lopez e John Patrício), que explora o deep house. Desde então, já possui mais de 600 mil visualizações no Youtube. O resultado, para entendidos, é um  mescla de synth pop retrô com a deep house moderna e o nu-disco. Com essa fórmula, Vintage Culture remixando hits eternizados por nomes como Cazuza, Fernanda Abreu, The XX, New Order, Phill Collins e Pink Floyd.

A carreira de Vintage começou, à vera, em 2016, com o EP Hollywood. Logo depois, com o produtor Slowmotion, emplacou o seu remix de Drinkee para a dupla Sofi Tukker. Mas foi com Wild Kidz, lançado pela Spinnin Records, que Vintage Culture começou a ganhar reconhecimento internacional. A faixa entrou para o Global Viral do Spotify.

Segundo o Lukas, Hollywood representou uma catapulta na sua carreira: “Uma etapa em que chegamos a novos patamares. Isso implica desde o investimento em videoclipes de qualidade realmente profissional até assinar com grandes gravadoras nacionais e estrangeiras e a internacionalização da minha carreira em si, que é um grande objetivo de qualquer artista”.

Daí para as edições nacionais do festival Tomorrowland foi  um pulo. Agora, ele se prepara pra sua primeira turnê nos Estados Unidos, depois de já ter passado por lugares tão diversos quanto Egito, França, Rússia, Canadá, Turquia e África do Sul. Eyes, Sometimes, That’s Why e Everyday são algumas das músicas responsáveis pelo feito. O detalhe, que faz toda a diferença em seu caso, é que, enquanto outros procuram se adequar ao que está rolando lá fora, o Vintage Culture não liga muito para tendências.

Talvez por isso invista em tendêncis melódicas retrô inspiradas em artistas como  Depeche Mode e Pet Shop Boys. “Eu gosto de músicas melódicas e sempre gostei de tecnologia. Na prática, isso significa que me apaixonei pelos sintetizadores, que até hoje são o que existe de mais moderno na construção das melodias. Acho que foi isso que me atraiu nessas bandas de synth-pop dos anos 1980”, explica o artista.

SERVIÇO:

Local:  Arena Fonte Nova (Ladeira da Fonte, Nazaré)

Horário:  A partir de 15h45 (abertura dos portões às 14h)

Ingresso (preços válidos até quinta (7):  Espaço Mix: R$ 200 | R$ 100; Espaço Vibe: R$ 220; Lounge Fly (open bar): R$ 430 (masculino) R$ 380 (feminino). Passaporte (dois dias) - Espaço Mix: R$ 320 | R$ 160; Espaço Vibe: R$ 396; Lounge Fly (open bar): R$ 690 (masculino) R$ 610

Ponto de Vendas:  Salvador Shopping, Shoppings Paralela, Salvador Norte, da Bahia, Bela Vista, Piedade, Center Lapa, Barra e Estrada do Coco. Também através dos sites www.fv17.com.br e www.eventim.com.br  Classificação etária: 14 anos para os setores Espaço Mix e Espaço Vibe, e 18 anos para o setor Lounge Fly