Em dois meses, Centro de Convenções foi furtado mais de 10 vezes

Delegada diz que ataques ao local são 'recorrentes'

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  • Tailane Muniz

Publicado em 9 de novembro de 2017 às 22:14

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO

A delegada Rogéria Araújo, titular da 9ª Delegacia (Boca do Rio) e responsável pelas investigações dos roubos e furtos no Centro de Convenções, no bairro de Jardim Armação, em Salvador, disse que desde setembro, mais de dez casos de ataques ao equipamento, que está fechado, foram registrados na unidade.

"Tivemos um caso no último final de semana. Dois, só na última semana. É realmente recorrente. Nos últimos dois meses foram mais de dez ocorrências só ali. Isso as pessoas que foram flagradas pela Polícia Militar, que é quem nos apresenta", explicou.

Ainda segundo Rogéria, o perfil dos autores dos furtos é, em geral, pessoas em situação de rua e usuários de drogas. "Eles são apresentados em audiência mas, em geral, respondem em liberdade. A Justiça entende que não há danos à sociedade neste tipo de delito, então, a pessoa responde pelo crime em liberdade”, declarou."E o material roubado é sempre o mesmo. Fios de cobre, ferros, pedaços de corrimão e restos de janelas", completa ela.No final de agosto, o CORREIO flagrou uma série de saques e roubos no local. Ladrões utilizavam até carros para levar materiais retirados do local de maneira criminosa. Após a denúncia, o policiamento no local foi reforçado. Em agosto, jovens foram detidos ao deixar local com sacolas cheias de fios de cobre (Foto: Evandro Veiga/Arquivo CORREIO) Na surdina O CORREIO esteve no Centro de Convenções na manhã desta quinta-feira (9) e não presenciou qualquer tipo de movimentação. Morador de um prédio vizinho, o empresário Alexandre Nero Rebouças, 49 anos, disse que não tem conhecimentos de novos furtos.

"Depois da repercussão que teve em setembro, quando vários roubos aconteceram, pararam mais. Também tenho notado a presença da polícia mais do que antes. É uma coisa absurda demais. Era à luz do dia", lembra.

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Para ele, o local foi alvo de roubos pela falta de fiscalização e vigilância. "Não tinha, se tornou um lugar abandonado. Então ficava fácil colocarem um carro aqui pra roubar, talvez até morador. Um grande risco", afirmou.

Sem se identificar, uma ambulante que trabalha no local há mais de cinco anos disse que também não tem conhecimento de novos casos de roubos ao Centro de Convenções.

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"Sinceramente, não soube. Antes era toda hora, mas tem um tempo que parou;, um mês mais ou menos. Ainda bem, porque isso me atrapalha aqui, fico insegura", relatou a mulher.

Ao CORREIO, ela disse que desconhecia a presença de vigilantes dentro do equipamento atualmente. A reportagem foi até a entrada alternativa do centro, em frente ao Hotel Tulip In, e encontrou três vigilantes.

Eles são funcionários de uma empresa terceirizada. Um deles, cujo nome não foi informado, afirmou que seis vigilantes trabalham, por plantão, fazendo a guarda da estrutura. Eles também informaram que desconhecem tentativas recentes de delitos contra a ferramenta.