Encontro de tradições do samba no palco da Concha

Martinho da Vila e Diogo Nogueira apresentam novos trabalhos no show Samba,Samba, Minha Gente

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 11 de agosto de 2017 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Duas gerações de sambistas se encontram na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, no show Samba, Samba, Minha Gente com o melhor do mais brasileiro dos ritmos. Quem abre a noite é Martinho da Vila, que traz músicas do seu mais recente trabalho, “De Bem Com a Vida”, gravado em 2016 e ganhador do Grammy Latino de melhor disco de samba, além de clássicos como “Grande Amor”, “Mulheres”, “Casa de Bamba”, “Ex­-Amor” e “Disritmia”.

Em seguida, Diogo Nogueira apresenta canções de seu novo DVD, “Alma Brasileira”, incluindo sucessos como “Porta Voz da Alegria”, “Alma Boemia”, “Clareou” e “Pé na Areia”, além de músicas de Djavan, Cazuza, Gonzaguinha, Milton Nascimento, Tim Maia, Zeca Pagodinho e de seu pai, João Nogueira.

De acordo com Martinho da Vila, o grande diferencial desse show reside no fato dos artistas se apresentarem cada um com sua banda. “Serão dois shows em um, onde abro a noite, canto uma canção com Diogo e continuo. Depois temos um rápido intervalo e Diogo entra com o show dele, finalizaremos a apresentação juntos”, revela o cantor, que há muito não fazia show na capital. “A última vez que estive em Salvador foi para uma participação no Sarau du Brown”, destaca. Já a aproximação com Diogo começou no período em que eles se apresentaram no projeto Nivea Viva em 2014, quando cantaram com Alcione e Roberta Sá, em seis shows gratuitos em diferentes capitais do país. “O empresário de Diogo nos viu cantando e teve a ideia de reunir as gerações do samba”, conta Martinho que, no próximo ano completa 50 anos de carreira.  Para o sambista, nesse meio século de devoção ao samba, teve a oportunidade de ver seu público sendo renovado, além de ver surgir uma geração de grandes sambistas. “Os jovens voltaram a se interessar pelo samba, que o diga Pedro Luís, Roberta Sá, Mariene de Castro, Mart’nália, o próprio Diogo e outros tantos grandes talentos”, ressalta o partideiro da Vila Isabel.

Lembrando com orgulho o fato de ter recebido o título de cidadão baiano em maio de 2006, pela Assembléia Legislativa do Estado, Martinho diz que embora tenha começado a trilhar sua estrada lá atrás, tem um público muito jovem. “Nos shows não só fãs da terceira idade(risos), ao contrário, a maioria é composta de jovens que aprenderam a amar e valorizar esse ritmo tão brasileiro”, conclui. Por falar dessa ligação com a Bahia, ele garante que o show extenso não permite a participação de convidados, mas faz questão de ressaltar o samba baiano nas figuras de Roque Ferreira, Riachão e Nelson Rufino. “Um abraço para esses grandes sambistas que orgulham a ancestralidade baiana”, completa.

O palco da Concha Acústica abrigará um cenário composto por uma lona impressa (10x5,5m) com a réplica do quadro Aquarela do Brasil. A obra é criação do artista gráfico e ilustrador Elifas Andreato, que tem em seu portfólio capas de discos de grandes nomes da MPB como Chico Buarque, Elis Regina, Paulinho da Viola, Clara Nunes, João Bosco, Criolo, além do próprio Martinho da Vila.

Vale salientar que hoje, Martinho lançará  o livro “Conversas Cariocas”, na Casa do Olodum, às 19h, como parte da programação da Festa Literária Internacional do Pelourinho, Flipelô. A obra reúne crônicas que compositor escreveu para o jornal O Dia, do Rio de Janeiro, abordando temas como carnaval, racismo e as mulheres no samba. Vale destacar que esse é o décimo quinto lançamento literário do sambista, que se consolida na carreira de escritor com uma cadeira na Academia Carioca de Letra.

SERVIÇO

Show de Diogo Nogueira e Martinho da Vila

Onde: Concha Acústica do TCA

Horário: 19h

Quanto: Arquibancada: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia) / Camarote: R$ 250 (inteira) e R$ 125 (meia)

Duração: 150min

Informações: 3535-0600

Classificação: Livre