Encontro Internacional de Artes aposta na interação direta entre público e artistas

Artes para (se) mexer: com programação quase toda gratuita, o evento, que começa neste fim de semana, reúne música, recitais performáticos, shows, impressos, jogos e pinturas coletivas

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  • Vanessa Brunt

Publicado em 18 de agosto de 2017 às 06:21

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

A 11ª edição do IC – Encontro Internacional de Artes, que começa neste fim de semana (19 e 20) e vai até o dia 27, chega com reunião de multilinguagens, que unem desde aspectos audiovisuais, recitais performáticos, pinturas coletivas, esculturas e impressos até shows musicais, paisagismo e jogos diversos. Mas o diferencial da edição de 2017 está na temática da interatividade. Com o tema Tô Pra Jogo, o evento acolhe, no novo formato, somente atividades que estimulam ação direta do público na obra de cada artista, com criação e transformação mútuas. As trocas, interações e livre trânsito compõem o mote curatorial do festival. "Cada obra ou atividade da programação só acontece se houver conversa ou toques literais entre público e artista. O foco é na troca evolutiva, na corresponsabilidade, no agir para todos os que desejarem", explica Jorge Alencar, artista e curador do evento. Neste ano, o projeto ocorre em três espaços principais. Além de tomar ruas do Centro de Salvador, a nova edição chega no Palacete das Artes, Goethe-Institut Salvador-Bahia e Âncora do Marujo. O festival apresenta uma programação majoritariamente gratuita, tendo como exceção apenas duas atrações. O show do cantor, compositor e poeta Arnaldo Antunes, que ocorre no sábado (19), às 21h, fica por R$ 40 para inteira e R$ 20 para meia entrada, porém já teve os ingressos esgotados. "Informalmente, caso haja desistência de ingressos, podemos ainda achar brechas para vendas, mas são chances raras", afirma Alencar. A outra opção é o espetáculo A Terça Mais Estranha do Mundo, que ocorre na Âncora do Marujo embaralhando contos de fábulas e outras artes. A peça acontece na terça-feira (22), com valor único de R$ 5. Além dos poucos acessos pagos, obras variadas, como livros e revistas, ficam à venda durante os dias da programação. No sábado (19) e domingo (20), primeiros dias do evento, as programações principais são aglomeradas no Goethe-Institut, enquanto outras ficam pelas ruas. O primeiro destaque tem nome de Pedra Papel Tesouro: feira de arte, paisagismo e impressos que ocorre das 11h às 20h. A Biblioteca de Dança é outro ponto de ênfase e acontece das 14h às 17h. A peça, que já foi para países como Barcelona, tem estilo de bate-papo com conversas íntimas, reflexivas e emocionantes entre apresentadores e ouvintes. São diálogos que se iniciam baseados em histórias verídicas, com caráter documental, e muita música envolvida. A obra tem direção assinada por Neto Machado e Jorge Alencar. "Além das programações principais, teremos estacionamento aberto para skates e patins, espaços com sinuca, totó, ping-pong, pega-vareta, bingos e jogos diversos, além de outros shows musicais ocorrendo desde 11h até 21h. Teremos também jogos digitais inéditos com teores reflexivos e críticos", exclama Jorge. "A cada uma hora, uma nova atividade surge, tendo opções para todas as idades durante os dias inteiros", diz o curador, convidando famílias a particpar. Museu Invisível reflete sobre obras criadas a partir do fruto da imaginação do público e dos artistas (Foto: Divulgação) Os destaques, porém, não estão apenas neste fim de semana. O Museu Invisível, disponível de 23 a 27 deste mês (quarta a domingo), das 16h às 19h, no Palacete das Artes, é uma intervenção que questiona a transmissão e os significados de obras de arte e a definição de museu ao utilizar não somente obras palpáveis. Artes visíveis são analisadas, mas o processo vai além delas. Os artistas criam e refletem sobre obras de diversos formatos e histórias que são criadas a partir do fruto da imaginação do público e dos guias. O roteiro de visitas cresce, muda a aparência ou desaparece, a partir da relação estabelecida entre cada guia e visitante. A iniciativa é uma coprodução com o norte-americano Ben Evans e o português Luís Miguel Félix, artistas atuantes entre EUA e Europa. Suaveciclo faz trajetos com triciclos audiovisuais nos dias 26 e 27 (Foto: Divulgação) Outra atração que também provoca mobilizações nacionais é o VJ Suave. Viralizado na internet com a performance Mais Amor Por Favor, a proposta faz trajetos com triciclos audiovisuais nas ruas do Centro, projetando imagens numa intervenção urbana intitulada Suaveciclo. Os percursos acontecerão dias 26 e 27 (sábado e domingo), com saídas às 19h, respectivamente, do Goethe-Institut, na Vitória, e do Palacete das Artes, na Graça. Projétil Bily The Kid faz construção de estados corporais situados na iminência da igual possibilidade metafórica de morrer e de matar (Foto: Divulgação) O Projétil Bily The Kid é mais um dos pontos de realce. Da Bahia, o projeto de Tiago Ribeiro é uma espécie de jogo onde os jogadores do elenco conhecem os pressupostos, mas lidam com o imprevisto no mapeamento espaço-corporal. No final, busca-se a construção de estados corporais situados na iminência da igual possibilidade metafórica de morrer e de matar. Haverá duas sessões: nos dias 24 e 25 (quinta e sexta), às 19h. E mais destaques prosseguem. Em Máquina de Desenhar, no final de semana de 26 e 27, das 15h às 18h, uma grande traquitana é comandada por oito pessoas de cada vez, criando uma pintura coletiva. Enquanto os participantes manipulam esta engenhoca, o restante do público assiste ao que está acontecendo: a máquina em seu funcionamento, a pintura surgindo, as relações e olhares entre os desenhistas e cada reflexão que surge da arte final.  Para mais informações e para ter conhecimento de todos os destaques do festival, acesse o site oficial do evento.