Ensina, Professor: Carpegiani também merece homenagem

Na data em que se comemora o dia do professor, técnico tricolor precisa ser lembrado

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  • Bruno Queiroz

Publicado em 15 de outubro de 2017 às 21:50

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação / EC Bahia

Neste domingo, 15 de outubro, comemora-se o dia do professor, que teve origem em 1827, quando D. Pedro I, então Imperador do Brasil, instituiu um decreto que criou o Ensino Elementar no país. A partir daí, foram construídas as primeiras escolas em vilarejos e cidades. Somente em 1963, no entanto, a data foi oficializada pelo Decreto Federal 52.682. 

No futebol, por vezes, o treinador de uma equipe ganha tal alcunha. É muito comum ser chamado assim até pelos jogadores, mesmo que em alguns casos o técnico não mereça. Porém, considerando o significado do termo de acordo com o dicionário Aurélio, que diz: “Aquele que ensina uma arte, uma atividade, uma ciência, uma língua”, Paulo Cézar Carpegiani pode e deve ser também homenageado. 

Aos 68 anos, ele é o técnico mais velho da Série A, mas mostrou que a longevidade não o faz um profissional desatualizado. Carpé traz consigo muito além da experiência, um futebol ofensivo, de imposição, trocas de passe rápidas e uma grande aplicação tática. Já havia mostrado, ao buscar o empate com o Palmeiras após o time estar perdendo por 2x0, sinais de uma evolução não vista desde a saída de Guto Ferreira após a terceira rodada. 

Na vitória de 2x0 contra o Corinthians, líder do campeonato, apostou numa mudança de esquema tático, do 4-1-4-1 para o  4-2-3-1, por conta da ausência de Mendoza. Teve apenas um dia para isso e, mesmo assim, conseguiu fazer com que os jogadores executassem bem as ações. Como todo grande mestre, preferiu valorizar o empenho dos alunos em detrimento do mérito próprio.

“Eles são merecedores desse triunfo. O que fiz estimular a confiança deles. Até por conta do pouco tempo que tivemos após o jogo do Palmeiras, o trabalho que fiz antes do Corinthians foi um trabalho parado, apenas de posicionamento tático. A gente só andou em campo. Até para não desgastar eles. E o mérito foi deles de terem assimilado tão rapidamente isso”, disse o comandante em entrevista coletiva depois do jogo.

Sob seu comando, o Bahia conquistou quatro pontos em seis disputados, mas muito maior do que isso, foi o resgate da autoestima do torcedor diante de um time bem treinado e com um futebol digno de Série A. O hoje auxiliar Preto Casagrande, que recentemente demonstrou vontade em ser treinador e talvez tenha sido lançado num momento errado, tem que aproveitar a presença de Carpegiani o liderando na comissão técnica. Quem sabe, no futuro, ele também possa se tornar um “professor” no futebol.