Exposição reúne destaques do fotojornalismo na Caixa Cultural

São 154 imagens sobre temas variados como política, esportes, cultura e mais

Publicado em 13 de dezembro de 2017 às 05:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Mathieu Willcocks/Divulgação

Pistola na mão e o dedo em riste: um clique registrou o momento exato em que o embaixador russo Andrei Karlov foi assassinado dentro de uma galeria de arte na Turquia. Velocidade máxima: outro clique congela o sorriso do atleta jamaicano Usain Bolt, um dos mais rápidos do mundo, durante a semifinal dos 100 metros rasos, nas Olimpíadas do Rio de Janeiro.

Essas e outras fotografias vencedoras da 60ª edição do concurso World Press Photo, um dos prêmios de fotojornalismo mais celebrados no mundo, podem ser vistas na exposição homônima e gratuita que está em cartaz na Caixa Cultural Salvador, no Centro, até 4 de fevereiro. Ao todo, 154 imagens sobre temas como política, economia, cultura, esporte e meio ambiente podem ser vistas de terça a domingo, das 9 às 18h.

Entre os destaques, está a imagem vencedora que abre essa matéria. O registro, feito em dezembro de 2016 pelo fotógrafo turco Burhan Ozbilici, mostra o assassino do embaixador russo Andrei Karlov, o policial Mevlut Mert. No momento da foto, com a pistola na mão, o policial gritava: “Não se esqueçam de Alepo. Não se esqueçam da Síria”. Minutos depois o assassino morreu em uma troca de tiros com as forças especiais. Foto feita pelo turco Burhan Ozbilici mostra o assassinato do embaixador russo Andrei Karlov, pelo policial Mevlut Mert (Foto: Burhan Ozbillici/Divulgação) A imagem forte dividiu opiniões entre as pessoas que fizeram parte do júri do World Press Photo, como o  presidente e fotógrafo Stuart Franklin, que se opôs à escolha. Segundo ele, conceder o prêmio mais importante ao registro de um assassinato premeditado é amplificar a sua mensagem de violência. No entanto, a maioria prevaleceu e a foto foi selecionada em primeiro lugar.

Outro tema que ganha destaque na mostra é a crise dos refugiados, em função dos conflitos na África e no Oriente Médio. “São imagens de quase dois metros de largura, que fazem as pessoas sentirem como se estivessem dentro da fotografia, com toda a emoção daquele momento e a intensidade do conflito retratado”, conta Rafael Ferraz, diretor executivo da Capadócia Produtora Cultural, que há dez anos realiza a exposição no Brasil.

Brasil em destaque Autor de um ensaio sobre bebês com microcefalia, vítimas do vírus da Zika no Nordeste, o fotógrafo Lalo de Almeida, da Folha de S. Paulo, conquistou o segundo lugar na categoria Assuntos Contemporâneos. Além do ensaio, que fez parte de um especial publicado pelo jornal, em dezembro, o Brasil se destacou em outras imagens.

O brasileiro Felipe Dana, que trabalha para a agência The Associated Press, levou o terceiro lugar na categoria Notícias em Destaque, com a imagem Batalha por Mosul, feita no Iraque, durante a ofensiva das forças especiais iraquianas e das milícias aliadas para recuperar o controle da cidade, tomada pelo Estado Islâmico. Ensaio de Lalo de Almeida, da Folha de S. Paulo, mostra bebês com microcefalia, vítimas da Zika no Nordeste (Foto: Lalo de Almeida/Divulgação) Já o alemão Kai Oliver Pfaffenbach colocou o Brasil em destaque, ao congelar o sorriso vitorioso do atleta jamaicano Usain Bolt na semi-final dos 100 metros rasos, durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro. A imagem recebeu o terceiro lugar na categoria Esporte, fotos individuais.

“A World Press Photo é uma exposição anual e queremos que a mostra se estabeleça no calendário cultural da cidade de Salvador, que todos os anos, em dezembro, as pessoas já saibam que vão conferir essa retrospectiva da nossa história recente”, comenta o diretor executivo da Capadócia Produtora Cultural. Imagem do fotógrafo alemão Kai Oliver Pfaffenbach congelou o sorriso do atleta jamaicano Usain Bolt (Foto: Kai Oliver Pfaffenbach/Divulgação)