Fábio Magalhães estabelece vivências simbólicas em livro

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  • Cesar Romero

Publicado em 8 de outubro de 2017 às 06:25

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Lançado em São Paulo, o livro de Fábio Magalhães foi nomeado Além do Visível, Aquém do Intangível. O artista nasceu em Tanque Novo (Bahia) no ano de 1982. Realizou individuais e coletivas, recebeu vários prêmios em certames de arte. O livro tem 120 páginas em papel couché mate 150 g/m², capa dura, com textos de Alejandra Muñoz, Jorge Coli e Marcelo Campos. Os registros reúnem o mais significativo do artista entre os anos 2007 e 2017, com 80 reproduções.

Os trabalhos de Fábio Magalhães trazem em sua essência a capacidade do espanto, da perplexidade, da estranheza, ostentação e pompa do indeterminado. Transe, tribulações de angústia, atormentação e martírios. O pintor Cornelis, do Grupo Cobra (criado em novembro de 1948), quando veio ao Rio de Janeiro para participar de Opinião/66 e a grande moda na época era o objeto, comentou: “O pincel, a tela e as cores permitem e sempre permitirão a criação de mundos totalmente novos em termos de pintura”. A pintura é um estado de espírito. Declarações de Hegel, a descoberta da fotografia, Malevitch, Mondrian e Rodtchenko depois de esgotarem seus repertórios, agouraram que a pintura estava morta.

Com o “retorno da pintura” nos anos 80, revelou-se que as vanguardas não findaram a criatividade das formas tradicionais de arte. A pintura de Fábio Magalhães reforça que o efeito criador é um fato tangível, tateável, sensível e real. Partindo de encenações que realiza com modelos, fotografa, faz recortes destas fotografias e em óleo sobre tela, busca contrafazer as imagens desconcertando a imagem real.

Embora com um trabalho absolutamente contemporâneo Fábio Magalhães se debruça sobre nosso passado buscando referências novas na pintura a óleo, também em movimentos como o Hiper–Realismo, corrente de arte surgida nos Estados Unidos, em 1968. Traz o artista uma lembrança das atmosferas de Francisco Goya (1746–1828) nas referências ao bizarro, ao estranho e a tragédia. Também de Francis Bacon (1907-1922) nas imagens audazes, de pesadelo e nas zonas sanguíneas. Mas Fábio tem seu alfabeto próprio.

Geralmente, suas pinturas têm fundo branco, e sobre ela delírios visuais, impactantes, desafiadores e ácidos, investigando o corpo. São imagens de pés e mãos, presos com pregos no chão, sangrando. Agulhas e alfinetes adentrando unhas. Trouxas de vísceras e rostos em invólucros transparentes, imagens espelhadas, corpos ajuntados com cabeças de boi num lençol. Cenas que sugerem açougues, contracenando com figuras. As desarrumações de Fábio Magalhães nos trazem mundos novos em termos de pintura, como afirmava Cornelis na Opinião/66.