Falsos surfistas que roubavam ônibus são presos em Itapuã

GPS de aparelhos levou polícia a boca de fumo comandada por quinteto; eles aceitavam aparelhos em troca de drogas

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  • Milena Hildete

Publicado em 18 de outubro de 2017 às 17:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação/SSP

Cinco homens foram presos por investigadores da Polícia Civil, na localidade da Baixa da Soronha, no bairro de Itapuã, na manhã desta quarta-feira (18), acusados de realizar diversos assaltos a ônibus na região. Em alguns casos, segundo as investigações, eles usavam pranchas de surf para acessar os coletivos, sem pagar e sem levantar suspeitas, e depois atacavam os passageiros, fugindo em seguida.

Ainda de acordo com a polícia, o quinteto também comandava um laboratório de produção e venda de entorpecentes, onde foram encontrados através do localizador de celulares roubados. Os aparelhos eram aceitos em escambos com usuários: como pagamento por drogas, recebiam smartphones de procedência não declarada.

Com os suspeitos, a polícia encontrou mais de 3,6 mil pedras de crack, 180 balinhas de maconha, um carregador de pistola, dois radiocomunicadores, quatro balanças de precisão, além de quatro celulares roubados e uma prancha, que segundo a polícia, era usada nos ataques. Todos foram levados para o Núcleo de Prisão em Flagrante, no Iguatemi, e devem ser encaminhados para a audiência de custódia nesta quinta-feira (19). Além de drogas, celulares e radiocomunicadores, uma prancha foi achada em boca de fumo na Baixa do Soronha (Foto: Divulgação/SSP) De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a quadrilha foi surpreendida justamente quando trocava celulares roubados por drogas. A apreensão ocorreu em um local utilizado para fabricar entorpecentes, dentro da comunidade. Ao ser abordados, Carlos Alexandre Rebouças dos Santos, 22 anos, Danilo Santos de Jesus, 24, Marcone Cleber Lima, 35, e Valdeilson Santos Silva, 30, assumiram ser traficantes.

Segundo o delegado titular da Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivo (Gercc), José Nélis, Marcone ainda é acusado de ser braço direito do traficante Denis Dias Sena, conhecido como Mantena, que ainda está foragido. "Todos são traficantes e possuem antecedentes criminais. Eles agem de forma violenta na comunidade", afirmou Nélis.

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Localizador A polícia chegou ao ponto de venda de drogas do grupo através do rastreamento do sinal de GPS de alguns celulares roubados."Desde o ínicio do ano, nós começamos a acompanhar os telefones roubados dentro do transporte coletivo de Salvador, e observamos que sinais de aparelhos deixavam de ser ser emitidos nessa localidade", explicou o delegado.Ainda de acordo com ele, o trabalho da unidade especializada tem sido acompanhar desde o roubo de coletivos, passando pelo desdobramento dos casos, até chegarem nos receptores, sejam nas feiras ou nos pontos de venda de entorpecentes.

“Faço aqui um apelo para que as pessoas não comprem celulares que não saibam a procedência, senão, quando adquirem esses aparelhos oriundos de roubos, principalmente a coletivos, estão alimentando esse círculo vicioso”, recomendou o delegado.