Feminismo é destaque em estreias da Netflix: As Sufragistas e Malala

Filme As Sufragistas mostra luta das mulheres por seus direitos; documentário Malala retrata trajetória da paquistanesa

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  • Naiana Ribeiro

Publicado em 14 de janeiro de 2018 às 06:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

Se hoje nós, mulheres ocidentais, temos direito ao voto e participamos na política, muito devemos às suffragettes, feministas britânicas que lutaram pelo direito ao voto entre o final do século XIX e início do século XX. A Inglaterra é lar, hoje, da  paquistanesa Malala Yousafzai, 20 anos. Ela foi vítima de uma tentativa de assassinato pelos talibãs, que não aceitam que mulheres queiram ou possam estudar em pleno século XXI. Assim como as suffragettes, apesar das ameaças de morte e do sofrimento, Malala manteve sua luta pelo direito das mulheres à educação e é exemplo vivo da contínua luta feminina por direitos. 

Histórias de mulheres corajosas, como a da lavadeira Maud Watts e de Malala, são destaques neste mês na Netflix. O filme As Sufragistas (2015), dirigido por Sarah Gravon, estará disponível a partir desta segunda-feira (15) no serviço de streaming.

Já o documentário Malala (2015), dirigido por Davis Guggenheim, pode ser assistido por assinantes desde o início do mês.

No longa inspirado em fatos reais são quatro as personagens de destaque: Maud Watts (Carey Mulligan), Emmeline Pankhurst (Meryl Streep), Edith Ellyn (Helena Bonham Carter) e Violet Miller (Anne-Marie Duff). Apenas Emmeline existiu na vida real: é a mais notória sufragista da história. Streep interpreta Emmeline Pankhurst (Fotos: Reprodução) O drama resgata a luta pelo voto feminino, em 1912, e se baseia no princípio da sororidade (irmandade feminina). Mostra ainda a briga por direitos básicos. “A vida era muito difícil. O horário de trabalho era terrível, mulheres ganhavam muito menos e trabalhavam mais que os homens”, comentou Mulligan no lançamento do filme. Streep afirmou que “o movimento sufragista era visto como uma ameaça porque a sociedade era comandada por homens”.

A trama acompanha a história de Maud, operária que leva uma vida dura ao lado do marido e do filho. Sem orientação política, ela vai se reconhecendo na luta de outras mulheres até que se torna uma ativista ferrenha. Maud, que leva uma vida dura ao lado do marido e do filho, se torna ativista na luta pelos direitos femininos (Foto: Divulgação) Enfrentamento O documentário Malala, sobre a adolescente paquistanesa baleada por defender o direito das mulheres de seu país à educação, retrata sua história,  luta e esforços para alterar o status quo. O diretor inglês acompanhou o dia a dia da jovem, na época com 17 anos. Por conta do atentado, ela ficou surda do lado esquerdo, que permanece paralisado. Guggenheim mostra que Malala é uma adolescente comum e  estudiosa. Seu pai, Ziauddin Yousafzai, a criou com liberdade, coisa incomum no Vale do Swat, Paquistão, onde os talibãs chegaram em 2008 e impuseram sua interpretação do Alcorão. Malala e o pai (Foto: Reprodução) Entre as curiosidades da vida de Malala -  pessoa mais nova a receber um Prêmio Nobel da Paz, em 2014 - está o fato dela ter sido batizada pelo pai em homenagem a uma heroína do tradicionalismo afegão. “Você lhe deu o nome de uma menina que foi morta por falar. É quase como se dissesse que com a sua filha seria diferente”, provocou o diretor. “Você está certo”, respondeu o pai. (Foto: Divulgação) Hoje com 20 anos, Malala viaja para ajudar outras pessoas e mostrar sua experiência de vida. Em 2017, acabou o ensino médio e tornou-se Mensageira da Paz da Organização das Nações Unidas (ONU). É um exemplo vivo de enfrentamento e de que é preciso ter muita coragem para ser mulher nesse mundo.

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