Festas privadas animam a Cidade Baixa após Lavagem do Bonfim

Brown, Bell e É o Tchan fizeram shows no Comércio, onde procissão começou

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  • Naiana Ribeiro

Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 21:58

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Enquanto nas ruas o tom foi de devoção e festa profana pela manhã, nas ruas e nas festas privadas que aconteceram na tarde desta quinta-feira (11), após a Lavagem do Bonfim, o clima foi de curtição e azaração. Faltando menos de um mês para a festa de Momo, Carlinhos Brown, Bell Marques e É o Tchan anunciaram: é Carnaval, Salvador! (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) O cacique subiu ao palco da tradicional Enxaguada du Bonfim às 15h45 e fez uma digna homenagem ao samba. Ele, que entrou cantando Desde que o Samba é Samba, de Caetano Veloso, recebeu grandes nomes do ritmo brasileiro: Alcione, Jorge Aragão, Mariene de Castro e Nelson Rufino. Não ficaram de fora os seus maiores sucessos, que levaram o clima de festa ao Museu du Ritmo. Foto: Arisson Marinho/CORREIO "Mestre Osvaldo Alves da Silva trouxe a Lavagem do Bonfim e hoje eu desfilo porque o meu mestre me ensinou e me preparou para isso. Junto a toda maestria do ensinamento, estão os que apoiam, principalmente vocês [o público]. Eu amo essa festa porque é um grande encontro de amigos", declarou Brown. 

Fã incondicional dele, a autônoma Jane Bahia, 56 anos, perdeu as contas de quantas vezes foi à Enxaguada. Dessa vez, arrastou os amigos para o Museu du Ritmo."Antes ia pra Lavagem e depois vinha pra cá. Agora não aguento mais. Mas tenho muita fé no Senhor do Bonfim, viu? Sempre que posso, to lá, amarrando minha fitinha", disse. Jane (esquerda) e os amigos, na festa de Brown (Foto: Naiana Ribeiro/CORREIO) A dona de casa Eliene Couto, 34, não acompanhou a procissão, mas deu um jeito de curtir o dia com a família no Museu du Ritmo. Ela levou o marido, Telis Prisco, 41, e o filho, Plínio Couto, 9, para o evento. "Cheguei cedo aqui no Comércio e peguei um pedacinho da parte profana. Mas preferi ficar direto para o show de Brown. Estou aqui curtindo e agradecendo pelo momento em família", contou ela, enquanto cantava Vc, o Amor e Eu: "Muito obrigado por você me amar", cantarolou e correu para abraçar o filho e o marido. 

O clima de samba também invadiu o Terminal Naútico. Péricles, É O Tchan, CBX Samba Club, Samba Mocidade e Nu Quintal  agitaram o Bonfim Privilege. Casados há quatro anos, a funcionária pública Michelini Machado, 36, e o motorista Marcelo Gorila, 40, foram direto da Lavagem do Bonfim para o Bonfim Privilege. O evento uniu os gostos dos dois: ela é fã de Péricles e ele de É O Tchan. "Fomos até a Calçada e viemos direto pra cá. De tarde é só curtição", disse ela ao CORREIO. Michelini Machado e Marcelo Gorila foram ao Bonfim Privilege ver Péricles e É O Tchan (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Apesar de terem fé no Senhor do Bonfim, a estudante Márcia da Silva, 23, e a atendente de telemarketing Maiane Santos, 20, não foram para a Lavagem. Elas chegaram logo cedo ao Comércio para o Bonfim Privilege. "Acredito muito na nossa cultura e no Senhor do Bonfim. Pedi para ele um ano melhor que 2017", contou Maiane, que conseguiu uma folga para curtir a festa. Ela revelou que o ano que passou não foi bom para sua família. Sua mãe, por exemplo, chegou a ser internada algumas vezes: "Com fé em Deus e Senhor do Bonfim, 2018 vai ser melhor". As amigas mostraram que têm samba no pé.

O contador Antônio Raimundo também tirou uma folga para curtir. Ele, que é fã de Bell Marques desde pequenininho, marcou presença na Bahia Marina junto com os amigos para o Bonfim de Tarde e não ficou parado ao som "das antigas" do cantor.  Antônio Raimundo (meio) e os amigos na Bahia Marina (Foto: Naiana Ribeiro/CORREIO) O show, com três horas apenas das músicas clássicas dele, teve como pano de fundo a Baía de Todos os Santos e um pôr-do-sol de tirar o fôlego. "Tenho a tradição de cantar nas tardes do dia de Bonfim há algum tempo. É um evento que abraça soteropolitanos e turistas", afirmou Bell.  Bell tocou na Marina da Contorno (Foto: Naiana Ribeiro/CORREIO) Deu ainda uma palhinha do que vai cantar em seu show em homenagem aos 40 anos do Camaleão, na próxima quinta-feira (18), no Teatro Castro Alves. "Será um show comemorativo muito especial. Vou contar muitas histórias e cantar as músicas com arranjos diferentes", adiantou. 

Fãs de Bell graças aos pais, as irmãs e estudantes Flávia e Carolina Galvão, de 20 e 17 anos, foram mesmo para curtir. Não perderam uma música do pré-Carnaval do compositor. "Todo dia lá em casa toca Bell. A gente já nasceu gostando dele", contou a mais velha. Flávia e Carol Galvão no Bonfim de Tarde, comandado por Bell (Foto: Naiana Ribeiro/CORREIO) O show de Bell, porém, não coube no bolso de todo mundo. Para entrar no evento privado, o público teve que desembolsar, no mínimo, R$ 180. No camarote, o ingresso chegava a custar R$ 800. Diante disso, muita gente preferiu 'curtir' o som do lado de fora mesmo, na Avenida Contorno. Por lá, ninguém tinha dúvida: o Carnaval já está entre nós.