Festival gratuito reúne autores do Brasil e de Portugal no Eva Herz

A cantora Adriana Calcanhotto é uma das atrações do evento que acontece entre sexta (10) e domingo (12)

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  • Laura Fernades

Publicado em 7 de novembro de 2017 às 06:19

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Foto: Paulo Spranger/Divulgação
Professor português e diretor da biblioteca da Universidade de Coimbra, José Bernardes está na mesa de abertura com Adriana Calcanhotto por Foto: Divulgação

Cenário do primeiro encontro entre Brasil e Portugal, a Bahia recebe pela primeira vez o Festival Minha Língua, Minha Pátria, evento gratuito que tem como objetivo reunir escritores para debater a produção literária dos países de língua portuguesa. O festival, que segue para São Paulo no final do mês, acontece entre sexta (10) e domingo (12), no Teatro Eva Herz da Livraria Cultura, no Salvador Shopping.

A programação baiana conta a participação da cantora gaúcha Adriana Calcanhotto, embaixadora da Universidade de Coimbra (UC) no Brasil, que abre o festival na sexta, às 19h30. A artista que também é professora da UC conversa sobre o poeta Luís de Camões (1524-1580) o e o poder da poesia no século XXI, na companhia do professor português e diretor da biblioteca da UC, José Bernardes, um dos maiores estudiosos da obra de Camões.

“Não é por acaso que escolhemos Salvador para começar esta edição do Minha Língua, Minha Pátria. É simbólico por toda a nossa História. Foi na Bahia este primeiro contato com a língua portuguesa. E fazia todo o sentido começar com Camões e a sua importância para língua portuguesa, quase 450 anos depois da publicação da primeira edição de Os Lusíadas”, afirma a curadora do festival, Simone Duarte, 49 anos.

Adriana Calcanhotto, 52, destaca que o objetivo é falar sobre a contemporaneidade deste poeta. “Camões é um importante fundamento da língua portuguesa e é um assunto inesgotável por causa da quantidade de camadas que sua obra tem, proveniente de sua enorme cultura”, justifica a artista que também participa do festival no domingo, substituindo o ator Gregório Duvivier, cancelado “por motivos de força maior”.

No domingo, na mesa Dueto Transatlântico, que acontece às 16h, a cantora divide o espaço com a escritora portuguesa Patrícia Portela, cuja formação inclui estudos em filosofia, cenografia e cinema. Criadora de performances e instalações transdisciplinares, Patrícia “tem uma obra muito particular e vive entre os mundos da literatura, teatro, dança”, explica a curadora, Simone.

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Antes do encerramento de domingo, porém, o festival apresenta o debate sobre racismo, a partir da perspectiva feminina, no sábado, às 16h, com participação da jornalista portuguesa Joana Gorjão Henriques e da escritora portuguesa Ana Margarida de Carvalho, cujo livro Não se Pode Morar nos Olhos de um Gato é um dos finalistas do Prêmio Oceanos. A mediação é da historiadora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Wlamyra Albuquerque.

“O Minha Língua, Minha Pátria quer mesmo ser um encontro entre autores do mundo de língua portuguesa que estimule o debate, a reflexão da recente produção literária entre todos os países de língua portuguesa (não só Portugal e Brasil)”, explica a curadora do evento que será transmitido pelo Facebook do Teatro Eva Herz.

“Em resumo, [o festival] é a combinação da produção literária recente portuguesa não tão conhecida pelos brasileiros com o que há de mais clássico num diálogo entre culturas que falam a mesma língua. Para 2018, com mais tempo, queremos ampliar para termos mais autores africanos e brasileiros e em mais cidades brasileiras”, garante a Simone.

Serviço O quê: Festival Literário Minha Língua, Minha Pátria Quando: Sexta (10), às 19h30, sábado (11) e domingo (12), às 16h Onde: Teatro Eva Herz da Livraria Cultura – Salvador Shopping (Av. Tancredo Neves, 2.915 - Piso 2, Caminho das Árvores | 3505-9050)Entrada gratuita (Os ingressos serão distribuídos duas horas antes do início de cada evento. Todos os encontros serão transmitidos pelo Facebook do Instituto Eva Herz)