Filho de deputado que 'tatuou' Temer vai gerenciar R$ 100 milhões

Filho do deputado Wladimir Costa (SD-PA), Yorann Costa, de 22 anos, é estudante universitário e foi nomeado gestor da Secretaria Nacional do Desenvolvimento Agrário

  • D
  • Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2018 às 18:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/Facebook

O filho de Wladimir Costa (Solidariedade-PA), deputado-federal que ficou conhecido por polêmicas como ter feito uma tatuagem temporária com o sobrenome do presidente Michel Temer e ter sido condenado duas vezes pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA), foi nomeado para exercer o cargo de delegado federal da Secretaria Nacional do Desenvolvimento Agrário.

Yorann Costa, de 22 anos, vai administrar recursos no valor de R$ 100 milhões no Pará. O salário é de cerca de R$ 10 mil, segundo informações do Portal da Transparência. A nomeação foi divulgada nesta sexta-feira (26), no Diário Oficial da União. Pai e filho, em postagem do deputado no Facebook A portaria exonera Andrei Gustavo de Castro, administrador que também já foi diretor geral da Agência de Regulação e Controle dos Serviços Públicos do Estado (Arcon/PA), e nomeia Yorann Costa para o cargo.

Estudante de Direito e Gestão Pública, Yorann foi o nome indicado pelo partido Solidariedade, presidido por Wladimir Costa, para assumir a gestão do órgão federal, reponsável por questões como a reforma agrária; promoção do desenvolvimento sustentável dos agricultores familiares; e delimitação, demarcação e titulação das terras de comunidades dos quilombos. Extraordinariamente, também exerce competências relativas à regularização fundiária na Amazônia conforme disposto na Lei nº 11.952/09.

"Nada acontece sem a determinação de Jesus Cristo. Se é para cumprir a missão, dei-me a missão", declarou Yorann, atual presidente executivo do Solidariedade Jovem, em postagem do partido nas redes sociais.

Nas redes sociais, Wladimir Costa comemorou a nomeação do filho. “A missão é dada, a missão será cumprida! Deus nosso senhor Jesus Cristo no comando!”, declarou. A portaria na qual Yorann foi nomeado (Reprodução/Diários Oficial) Polêmicas Conhecido por situações polêmicas em seu mandato, o deputado federal Wladimir Costa (SD-PA) estourou um rojão de confetes durante as sessões de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, alegando que o governo do PT dava "um tiro de morte" no coração do povo brasileiro. O deputado usou o recurso em duas outras oportunidades, inclusive durante seu voto favorável ao impeachment durante a votação na Câmara.

Em 2017, foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) por abuso de poder econômico e gastos ilícitos na campanha eleitoral de 2014. O político recorre da decisão. Deputado pedindo nude ao celular, durante uma sessão da Câmara de Deputados Em 2016, Wladimir Costa já havia sido condenado à perda de mandato pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA). Na ocasião, a Corte julgou a arrecadação e gastos ilícitos na campanha eleitoral do deputado. Wladimir Costa declarou que gastou R$ 642.457,48 durante sua campanha à Câmara Federal, mas segundo o MPE, o candidato deixou de declarar R$ 149.950 em despesas de material gráfico, além de mais de R$ 100 mil em despesas efetuadas entre julho e setembro do ano eleitoral de 2014, que não constam na prestação de contas. O deputado recorreu da decisão.

Em julho deste ano, Wladimir fez aparição pública em Salinas, balnerário do Pará, com a palavra “Temer” tatuada no ombro direito. Acima do nome do presidente, aparecia uma bandeira do Brasil. À época, Costa declarou que a tatuagem seria permanente. Mas logo depois, ele não foi mais visto com o nome do atual presidente no ombro.

Em agosto de 2017, durante as articulações para barrar o avanço das investigações sobre a denúncia que pesava contra ele por corrupção passiva, e que havia chegado à Câmara dos Deputados, Wladimir Costa foi flagrado, dentro do plenário e durante a votação, trocando mensagens com uma mulher em que pedia para ela "mostrar a bunda", com a justificativa de que "não são suas profissões que a destacam como mulher".